As negociações entre os Estados Unidos e Israel para um acordo de cessar-fogo em Gaza estão em fase avançada, com um plano de 21 pontos em discussão. O plano visa encerrar o conflito em andamento e inclui disposições para um cessar-fogo permanente, a libertação de todos os reféns e o estabelecimento de uma força internacional em Gaza.
As discussões ocorreram em Nova York, com a participação de figuras como o enviado especial do Presidente dos EUA, Steve Witkoff, e seu genro, Jared Kushner, que se reuniram com o Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu. O Presidente Donald Trump expressou otimismo, afirmando que um acordo está "muito próximo". O plano de 21 pontos prevê um cessar-fogo imediato e a libertação de todos os reféns detidos pelo Hamas em até 48 horas após a assinatura do acordo, seguida por uma retirada gradual das forças israelenses de Gaza.
O plano também delineia a governança pós-conflito para a Faixa de Gaza, propondo um órgão de supervisão internacional para gerenciar um comitê palestino para a gestão interina. No entanto, a viabilidade deste plano depende crucialmente da concordância do Hamas, que até o momento não confirmou ter recebido a proposta. Paralelamente, o Hamas tem negado avanços nas negociações, indicando que a proposta atual pode ser uma concessão em relação a ofertas anteriores.
A comunidade internacional, representada pelas Nações Unidas, tem reiterado a urgência de uma solução de dois Estados e a necessidade de sustentar um cessar-fogo para evitar uma escalada maior na região. A ONU apoia a solução de dois Estados, desafiando a posição de Israel e dos EUA, que têm alertado para as consequências de medidas contra Israel. O número de mortos em Gaza ultrapassa 66 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. As divergências internas em Israel também são notáveis, com ministros de extrema-direita expressando oposição a acordos de cessar-fogo e reféns, pressionando por uma campanha militar contínua.
A complexidade da situação é acentuada pela necessidade de conciliar as exigências israelenses de que a Autoridade Palestina não governe Gaza com a demanda árabe por sua participação. O contexto histórico da busca por uma solução de dois Estados, que remonta aos Acordos de Camp David e Oslo, sublinha os desafios de longa data para alcançar a paz na região. A insistência da ONU em debater a solução de dois Estados contrasta com a posição de Israel e, por vezes, dos EUA.