UE Dividida Sobre Sanções a Israel; Alemanha Suspende Exportação de Armas

Editado por: S Света

A União Europeia encontra-se dividida quanto à implementação de sanções contra Israel em resposta à escalada da crise humanitária na Faixa de Gaza. Embora a Comissão Europeia tenha proposto medidas, incluindo o bloqueio de acesso a fundos de pesquisa da UE para empresas israelitas, a falta de consenso entre os Estados-membros adiou qualquer ação coletiva. Em contraste, várias nações europeias tomaram medidas unilaterais, refletindo a complexidade e a fragmentação da resposta internacional ao conflito.

Em 20 de maio de 2025, o Reino Unido suspendeu as negociações de um acordo de livre comércio com Israel, citando a conduta militar israelita na guerra em Gaza. O Secretário de Relações Exteriores, David Lammy, declarou que os eventos em Gaza estavam prejudicando as relações entre o Reino Unido e Israel, e que as ações israelitas eram intoleráveis. O Reino Unido também impôs sanções adicionais contra colonos israelitas ilegais na Cisjordânia ocupada. Na Holanda, uma série de protestos massivos, conhecidos como "Linha Vermelha", ocorreram em Haia entre 18 de maio e 15 de junho de 2025, com o maior protesto em 15 de junho reunindo mais de 150.000 participantes, exigindo sanções contra Israel, a suspensão do Acordo de Associação UE-Israel e acesso humanitário a Gaza. Estes protestos destacaram a crescente pressão pública sobre os governos europeus para que tomem uma posição mais firme.

A Irlanda deu passos legislativos significativos, com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Simon Harris, a apresentar ao gabinete, em 24 de junho de 2025, o "Projeto de Lei de 2025 sobre Proibição de Importação de Bens de Assentamentos Israelitas". Se aprovada, esta legislação criminalizará a importação de bens provenientes de assentamentos israelitas em territórios ocupados, marcando a primeira vez que um membro da UE implementa uma restrição comercial direcionada contra os assentamentos israelitas.

No plano internacional, em 15 de julho de 2025, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) adotou medidas provisórias num caso de genocídio apresentado pela África do Sul contra Israel. No mesmo dia, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de captura contra o Primeiro-Ministro israelita Benjamin Netanyahu e o ex-Ministro da Defesa Yoav Gallant, por alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Estes desenvolvimentos sublinham a crescente atenção internacional e as ações legais contra as ações de Israel.

A Alemanha, tradicionalmente um forte apoiante de Israel, anunciou em 8 de agosto de 2025 a suspensão da exportação de armas para Israel que pudessem ser utilizadas em Gaza. O Chanceler Friedrich Merz expressou profunda preocupação com o impacto humanitário das ações militares em escalada, embora tenha reafirmado o direito de Israel à autodefesa. Esta decisão unilateral da Alemanha representa uma mudança notável na sua política externa em relação a Israel, refletindo a crescente pressão interna e internacional. A falta de consenso na UE e as ações independentes de países como o Reino Unido e a Irlanda, juntamente com os protestos públicos significativos na Holanda e as ações de órgãos judiciais internacionais, pintam um quadro complexo da resposta global à crise em Gaza. A situação continua a evoluir, com implicações significativas para as relações internacionais, o comércio e os direitos humanos.

Fontes

  • Deutsche Welle

  • Deutsche Welle

  • Associated Press

  • Time

  • Reuters

  • Financial Times

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