Análises recentes de amostras do asteroide Bennu, trazidas à Terra pela missão OSIRIS-REx da NASA em setembro de 2023, revelaram descobertas cruciais que aprofundam nossa compreensão sobre as origens da vida e a formação do sistema solar. As amostras contêm uma diversidade notável de compostos orgânicos e minerais, incluindo 14 dos 20 aminoácidos essenciais para a vida em nosso planeta, e todas as cinco nucleobases que formam o DNA e o RNA.
A presença de fosfatos solúveis em água nas amostras sugere que o corpo parental de Bennu pode ter abrigado água líquida em seu passado, criando um ambiente propício para a química prebiótica. Essas descobertas indicam que asteroides como Bennu podem ter desempenhado um papel fundamental na entrega dos blocos de construção da vida à Terra primitiva. A presença de sais, como os encontrados em lagos secos na Terra, sugere que as condições para a formação desses compostos essenciais eram mais difundidas no sistema solar inicial do que se pensava anteriormente.
A descoberta de minerais como a trona, pela primeira vez em amostras extraterrestres, adiciona mais uma camada à complexidade desses achados. Adicionalmente, novas observações do Telescópio Espacial James Webb (JWST) indicam que os asteroides Bennu e Ryugu podem ter se originado do mesmo asteroide-mãe maciço que se desintegrou há bilhões de anos. Essa conexão, evidenciada por semelhanças espectrais com o asteroide 142 Polana, oferece insights valiosos sobre a formação e dispersão de famílias de asteroides no sistema solar.
Acredita-se que a gravidade de Júpiter tenha desviado Bennu e Ryugu de suas órbitas originais próximas a Polana. As missões de retorno de amostras de asteroides, como a OSIRIS-REx, são de suma importância para o avanço do nosso conhecimento sobre o sistema solar primitivo e o potencial para a vida além da Terra. A análise meticulosa dessas amostras, protegidas da contaminação terrestre, permite aos cientistas vislumbrar as condições químicas que existiam antes do surgimento da vida em nosso planeta. A missão OSIRIS-REx, que coletou aproximadamente 121,6 gramas de material, representa o maior acervo cósmico de além da Lua, fornecendo um tesouro de dados para a comunidade científica.