Os detectores do CERN captaram 30-60% de partículas fantasma adicionais, que invadiram a festa cósmica
Experimento do CERN Fornece Forte Evidência de Campo Magnético Intergaláctico Pervasivo, Solucionando o Mistério dos Raios Gama Ausentes
Editado por: Tetiana Martynovska 17
Uma equipe internacional de cientistas alcançou um marco significativo na astrofísica experimental ao reproduzir com sucesso as condições extremas encontradas em jatos cósmicos energéticos. Utilizando o acelerador Super Proton Synchrotron (SPS) no CERN, localizado em Genebra, os pesquisadores criaram 'bolas de fogo' de plasma. Este esforço ambicioso visava desvendar um enigma cósmico de longa data: o inexplicável sumiço de raios gama de alta energia que atravessam o espaço intergaláctico. Esta pesquisa crucial, que une a cosmologia teórica à experimentação terrestre palpável, foi detalhada e publicada nos Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) em 3 de novembro de 2025.
CERN acelerador de partículas, Geneva
A investigação se concentrou nos blazares, que são galáxias caracterizadas por buracos negros supermassivos que expelem poderosos feixes de radiação e partículas em direção à Terra a velocidades próximas à da luz. Esses jatos emitem raios gama intensos na faixa de teraelétron-volts (TeV). A expectativa teórica era que, durante sua jornada pelo cosmos, esses raios gama interagissem com a luz de fundo, gerando pares de elétrons e pósitrons. Por sua vez, esses pares deveriam produzir uma emissão secundária de raios gama de energia mais baixa, ao se dispersarem no fundo cósmico de micro-ondas. No entanto, instrumentos espaciais, notavelmente o satélite Fermi, têm consistentemente falhado em detectar essa emissão secundária prevista, apresentando um quebra-cabeça substancial para a comunidade astrofísica.
Para explicar este déficit, duas hipóteses principais foram propostas. A primeira sugeria que campos magnéticos fracos, mas onipresentes, permeiam o meio intergaláctico, sutilmente desviando os pares de partículas. A segunda teoria postulava que os próprios feixes se tornam instáveis ao atravessar o material cósmico rarefeito, gerando campos magnéticos auto-reforçados que dissipam a energia. Para testar essas ideias diretamente, a equipe de pesquisa, uma colaboração que incluiu a University of Oxford e o Central Laser Facility (CLF) do STFC, utilizou a instalação HiRadMat do CERN. Eles simularam a propagação de uma cascata impulsionada por blazar através do plasma intergaláctico, gerando pares de elétrons e pósitrons via SPS e canalizando-os através de um plasma ambiente de um metro de comprimento.
As medições experimentais forneceram um resultado inequívoco: o feixe de pares permaneceu notavelmente estreito e quase paralelo, exibindo evidências mínimas de instabilidade disruptiva ou de campos magnéticos autogerados. Esta observação sugere fortemente que as instabilidades feixe-plasma não são a causa primária para a ausência dos raios gama GeV. Consequentemente, o estudo confere um apoio empírico substancial à hipótese alternativa que envolve campos magnéticos externos. O Professor Gianluca Gregori, da University of Oxford e Pesquisador Principal, afirmou que esses esforços de laboratório conectam de forma eficaz a teoria abstrata com a observação concreta, aprimorando nossa compreensão dos fenômenos astrofísicos distantes.
A implicação central desta descoberta é um forte endosso à existência de um campo magnético intergaláctico que é pervasivo, possivelmente uma relíquia antiga dos momentos iniciais do universo. Este resultado redireciona o foco científico de simplesmente explicar os raios gama ausentes para compreender a própria origem desse magnetismo cósmico. A estabilidade observada no experimento de laboratório, que aponta para uma estrutura magnética externa, agora obriga os cientistas a buscar a fonte inicial desse campo, encarando essa estrutura cósmica como uma pista profunda sobre as condições primordiais do universo.
Fontes
Phys.org
Scientists recreate cosmic 'fireballs' to probe mystery of missing gamma rays
In World-First, Scientists Create Plasma 'Fireballs' To Explain Blazars’ Bizarre Jets
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