Atraso no Retorno da Shenzhou-20 Força Uso da Shenzhou-21 Após Detrito Orbital

A conclusão da missão de seis meses da tripulação da Shenzhou-20 à estação espacial Tiangong foi adiada por uma medida de segurança após a suspeita de impacto de detrito orbital na nave de retorno. Os taikonautas Chen Dong, Chen Zhongrui e Wang Jie, que estavam em órbita desde abril de 2025, tiveram seu pouso, originalmente previsto para 5 de novembro de 2025, suspenso pela China Manned Space Agency (CMSA) enquanto uma análise de risco era conduzida. Esta contingência ressalta os perigos contínuos representados pelo lixo espacial para operações espaciais tripuladas.

A CMSA confirmou que a integridade da espaçonave Shenzhou-20 foi minuciosamente avaliada antes de qualquer autorização de reentrada ser emitida, priorizando a segurança da tripulação. A estação Tiangong, operacional desde 2022, manteve sua funcionalidade ao abrigar simultaneamente as duas tripulações, permitindo que os membros da Shenzhou-20 prosseguissem com suas atividades científicas ao lado da equipe sucessora. O plano de contingência acionado envolveu a utilização da espaçonave Shenzhou-21, que havia chegado anteriormente para a rotação de equipes.

A tripulação da Shenzhou-20 retornou à Terra a bordo da Shenzhou-21, pousando no campo de Dongfeng, na Região Autônoma da Mongólia Interior, em 14 de novembro de 2025. A agência oficial Xinhua detalhou que a decisão foi motivada pela identificação de microfissuras no vidro de uma das janelas da cápsula original da Shenzhou-20, um dano atribuído a detritos espaciais, forçando a substituição por razões de segurança. A cápsula original da Shenzhou-20 permanecerá em órbita para testes adicionais, conforme planejado pela instituição responsável.

Este evento marca o primeiro adiamento de retorno de uma missão tripulada chinesa motivado por detritos orbitais, intensificando o debate global sobre a gestão do tráfego espacial. Durante sua estadia estendida, a tripulação da Shenzhou-20, liderada pelo comandante Chen Dong, conduziu dezenas de pesquisas científicas, abrangendo estudos sobre o desenvolvimento de mamíferos em microgravidade, comportamento de materiais e combustão no ambiente espacial, além de manutenção na infraestrutura orbital.

A missão também incluiu a chegada da tripulação da Shenzhou-21, comandada por Zhang Lu e com o engenheiro de voo Wu Fei. Esta missão subsequente levou quatro camundongos para estudar os efeitos da microgravidade e do confinamento, dando continuidade à pesquisa biológica iniciada pela missão anterior, que investigou a regeneração de planárias. A China mantém uma visão estratégica de longo prazo, com a ambição de pousar um ser humano na Lua até 2030, e a operação contínua da Tiangong é fundamental para esse objetivo. A estação espacial está programada para receber um astronauta paquistanês em 2026, como parte de um acordo de cooperação bilateral.