ArianeGroup Valida Capacidade Soberana Francesa com Lançamento Inaugural do Foguete-Sonda SyLEx

A ArianeGroup concretizou um marco estratégico para a defesa e pesquisa francesas ao realizar o voo inaugural do seu novo sistema de teste de voo por foguete-sonda, o SyLEx (Système de Lancement d'Expériences), em 28 de novembro de 2025. Esta missão, conduzida a partir do Centro de Testes de Mísseis da DGA em Biscarrosse, validou a versão de estágio único do veículo e sua plataforma de lançamento dedicada, um feito alcançado em um ciclo de desenvolvimento ágil de menos de três anos. O sucesso estabelece, pela primeira vez na França, uma capacidade de lançamento suborbital totalmente soberana, crucial para a autonomia nacional em validação tecnológica.

O lançamento inaugural utilizou a configuração de estágio único do SyLEx, transportando uma carga útil experimental desenvolvida pela própria ArianeGroup, servindo como plataforma para demonstrações de novas tecnologias em voo. O sistema SyLEx foi concebido para ser versátil, visando aplicações civis e militares no mercado europeu, incluindo missões de reentrada atmosférica e experimentos de microgravidade. A capacidade de carga útil do novo lançador atinge até 600 quilogramas, com potencial para atingir altitudes que variam entre 200 e 400 quilômetros, dependendo da configuração específica da missão.

Vincent Pery, Diretor de Programas de Defesa da ArianeGroup, enfatizou a importância do evento, declarando que o voo bem-sucedido garante à França capacidades soberanas de teste com foguetes-sonda, reforçando a autonomia nacional em lançamentos suborbitais devido à confiança renovada da DGA na expertise da empresa. Este desenvolvimento rápido, fundamentado em métodos de teste e aprendizado, sinaliza uma abordagem pragmática para atender a requisitos de defesa críticos.

O programa SyLEx insere-se em uma progressão tecnológica mais ampla na França, que inclui o trabalho anterior no planador hipersônico V-MAX, cujo voo inaugural ocorreu em 26 de junho de 2023, também em Biscarrosse. A validação da capacidade suborbital com SyLEx é vista como uma ponte essencial para o desenvolvimento de tecnologias hipersônicas, como o projeto VMAX2 e, subsequentemente, a iniciativa ASN4G, visando a integração dessas capacidades na estratégia de defesa nacional.

A infraestrutura de lançamento em Biscarrosse foi fundamental para a validação, empregando radares, sistemas ópticos e telemetria distribuídos pelas instalações locais e pelo navio de medição Monge para rastrear a fase de voo e a sequência de lançamento. O sistema SyLEx é planejado em duas variantes, a de estágio único já testada e uma futura versão de dois estágios, que expandirá o envelope de teste suborbital da França. Historicamente, o SyLEx representa um retorno à soberania francesa em lançamentos suborbitais, competindo com ofertas europeias como os foguetes REXUS operados pela DLR alemã e o Miura-1 da PLD Space espanhola. A capacidade de realizar experimentos sem depender de parceiros estrangeiros é um pilar da estratégia de autossuficiência tecnológica francesa.