HiCloud Revela o Primeiro Data Center Subaquático Comercial Integrado com Energia Eólica

A HiCloud, uma proeminente empresa de tecnologia chinesa, anunciou o comissionamento do primeiro centro de processamento de dados (CPD) subaquático comercialmente operacional do mundo. Este CPD é notável por ser alimentado diretamente por uma fazenda eólica marítima. Tal feito representa um avanço significativo no desenvolvimento de infraestruturas digitais sustentáveis, marcando um novo capítulo onde a tecnologia de ponta aproveita recursos naturais renováveis para fornecer a energia necessária para o poder computacional global. A iniciativa demonstra o potencial de soluções inovadoras para enfrentar os desafios energéticos da era digital.

A instalação está estrategicamente localizada na costa de Xangai, especificamente próxima à Zona Especial de Livre Comércio de Lingang. Esta localização não é aleatória; ela ressalta a visão regional de harmonizar e integrar as economias marítima, digital e de novas energias em um único polo de desenvolvimento. A unidade de demonstração, que iniciou suas operações e deverá estar totalmente funcional até setembro de 2025, possui uma capacidade de energia inicial de 2,3 megawatts (MW). Esta fase inicial é crucial para a coleta de dados e a calibração precisa do sistema antes de qualquer implementação em grande escala. O plano de expansão, detalhado na segunda etapa do projeto, prevê um aumento robusto da capacidade para 24 MW, a qual será integralmente suprida por fontes de energia renovável, garantindo a sustentabilidade operacional a longo prazo.

Um dos pilares da viabilidade econômica e ambiental deste empreendimento é a engenhosa utilização da refrigeração natural proporcionada pela água fria do mar circundante. Segundo estimativas internas da HiCloud, essa técnica passiva permite uma economia de energia substancial, variando entre 30% e 40% quando comparada aos centros de dados terrestres convencionais, que dependem de complexos sistemas de ar condicionado. Consequentemente, o consumo de energia dedicado exclusivamente aos sistemas de resfriamento é drasticamente reduzido, caindo dos habituais 40% a 50% observados em terra para uma taxa inferior a 10%. A eficiência energética (PUE - Power Usage Effectiveness) declarada para a unidade de demonstração é impressionantemente baixa, ficando abaixo de 1,15, um índice que estabelece um novo patamar e supera os padrões nacionais de eficiência energética vigentes na China.

O projeto atual de Xangai, que recebeu um investimento significativo da HiCloud de aproximadamente 1,6 bilhão de yuans, é considerado uma versão 2.0 altamente aprimorada. Sua principal inovação reside na integração direta e otimizada com a geração eólica, o que permite que o CPD alcance mais de 90% de fornecimento de energia limpa. Este avanço é resultado de uma série de experimentos anteriores da companhia, que incluem o lançamento de um módulo de teste em 2021 na costa de Hainan e a introdução da primeira amostra comercial em 2023. É importante notar que, ao contrário de estudos piloto iniciais de outras empresas, como o famoso Microsoft Project Natick, a HiCloud, em colaboração com o comitê administrativo de Lingang e a Shanghai Lingang Special Area Investment Holding Group Co., Ltd., está efetivamente concretizando a transição para a implantação comercial em larga escala e de longo prazo.

Para além da notável eficiência energética, o cluster subaquático oferece uma série de benefícios ambientais e operacionais, como a eliminação total do consumo de água doce e a redução do uso de solo em mais de 90%. Em termos de aplicação, esta infraestrutura robusta foi projetada para suportar serviços digitais de vanguarda. Ele está preparado para gerenciar cargas de trabalho intensivas de inteligência artificial, operar redes 5G de alta velocidade, facilitar a internet industrial das coisas (IIoT) e garantir a transmissão transfronteiriça de dados. Em essência, este projeto é posicionado como uma manifestação tangível de uma nova filosofia de progresso tecnológico, buscando uma integração harmoniosa e sustentável com os ecossistemas naturais, com o duplo objetivo de aumentar a produtividade digital e, ao mesmo tempo, diminuir drasticamente a pegada ecológica.