Moda Adaptativa: Uma Revolução em Inclusão e Estilo

Editado por: Екатерина С.

A indústria da moda está a vivenciar uma transformação significativa, impulsionada pelo conceito de "Design Inclusivo", que visa tornar as peças acessíveis a todos os tipos de corpo, tamanhos e circunstâncias de vida. Este movimento, que vai além de simples expansões de tamanho, abrange todo o espectro da fisicalidade humana, com a moda adaptativa a destacar-se como um campo proeminente para indivíduos com deficiência. Historicamente, o movimento da moda adaptativa começou na década de 1950 com pioneiros como Helen Cookman, que desenvolveram roupas para apoiar a autonomia de pessoas com deficiência. Dada a realidade de mais de 130 milhões de pessoas na Europa a viver com alguma forma de deficiência, e, segundo algumas estimativas, cerca de 1,3 mil milhões de pessoas em todo o mundo vivem com deficiência, o vestuário adaptativo responde a uma necessidade crescente de funcionalidade aliada ao estilo.

Grandes marcas como a Nike e a Adidas já apresentaram calçado e vestuário desportivo adaptativo, demonstrando um compromisso crescente com a inclusão. A Zalando, em colaboração com a Ottobock, lançou uma coleção focada em utilizadores de próteses e cadeiras de rodas. A Tommy Hilfiger Adaptive, desde 2016, oferece linhas com fechos magnéticos e cortes adaptados. Marcas pioneiras como a IZ Adaptive, e emergentes como a Auf Augenhöhe e Unhidden, lideradas por figuras como Victoria Jenkins, fundadora da Unhidden, estão a desenvolver soluções elegantes e éticas, colaborando inclusive com retalhistas como a Primark em coleções adaptativas.

O mercado de moda adaptativa está em franca expansão, com projeções a indicar um valor global de quase 400 mil milhões de dólares até 2026. Nos EUA, as projeções para 2023 indicavam que o mercado atingiria 54,8 mil milhões de dólares, embora outras estimativas apontem para 4,54 mil milhões de dólares no mesmo ano. No entanto, outras previsões avaliam o mercado global de vestuário adaptativo em aproximadamente 1,259 mil milhões de dólares em 2022, com uma projeção de crescimento para 2,117 mil milhões de dólares até 2030 (CAGR de 6,7%), ou para 376 milhões de dólares até 2027 (CAGR de 4,3%). Este crescimento é alimentado por uma população global em envelhecimento e uma maior consciencialização sobre a inclusão de pessoas com deficiência. As inovações tecnológicas desempenham um papel crucial, desde tecidos inteligentes com sensores a fechos magnéticos e impressão 3D para personalização. A integração de inteligência artificial (IA) também está a otimizar o design de vestuário, analisando padrões de movimento e dados corporais para criar peças perfeitamente ajustadas.

A moda adaptativa está a evoluir para além da mera funcionalidade, tornando-se uma ferramenta poderosa para a defesa e representação. Desafia as noções tradicionais de beleza e promove a ideia de que a moda é para todos. A trajetória da moda adaptativa, desde as primeiras inovações funcionais até às tecnologias de ponta atuais, é um testemunho de resiliência e progresso. As marcas que abraçam esta abordagem inclusiva não só satisfazem uma necessidade crescente, mas também moldam um futuro onde o estilo e a acessibilidade caminham lado a lado.

Fontes

  • GLAMOUR

  • What Inclusive Design Really Looks Like

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