As forças militares dos Estados Unidos realizaram um "ataque letal" contra um navio de carga de drogas que partiu da Venezuela, operando no sul do Mar do Caribe. A ação, confirmada pelo Secretário de Estado Marco Rubio, visou uma embarcação controlada por uma organização designada como narco-terrorista.
Esta operação faz parte de um esforço mais amplo dos EUA para combater cartéis de drogas latino-americanos, intensificando sua presença marítima na região. A mobilização naval dos EUA inclui sete navios de guerra, entre eles o USS San Antonio, USS Iwo Jima e USS Fort Lauderdale, além de um submarino de ataque rápido movido a energia nuclear e mais de 4.500 militares. Aeronaves de vigilância P-8 também estão sendo empregadas para a coleta de inteligência.
Em resposta a essa escalada militar, o presidente venezuelano Nicolás Maduro aumentou o desdobramento de tropas e convocou alistamentos de milícias. Maduro acusou os EUA de fabricarem uma narrativa de tráfico de drogas com o objetivo de desestabilizar seu governo, embora os Estados Unidos afirmem não ter intenção de realizar uma operação terrestre na Venezuela.
Historicamente, a região do Caribe tem sido um ponto estratégico nas operações de controle de drogas. Relatórios anteriores, como um de 1996 do GAO, já indicavam uma mudança nas táticas dos traficantes, passando de atividades aéreas para marítimas, com o uso de tecnologias avançadas para evadir a detecção. Essa evolução tática exige uma adaptação contínua das estratégias de interdição por parte das agências americanas.
A presença marítima dos EUA na região visa não apenas a interdição de drogas, mas também a dissuasão de atividades ilícitas que afetam a segurança regional e a estabilidade. A estratégia americana busca fortalecer as nações anfitriãs para apoiar os objetivos internacionais de combate às drogas, embora desafios como corrupção e falta de recursos em algumas nações continuem a ser obstáculos.
A escalada de tensões entre os EUA e a Venezuela neste contexto sublinha a complexidade do combate ao narcotráfico, que frequentemente se entrelaça com questões geopolíticas e de soberania nacional. A ação militar dos EUA representa uma manifestação de sua política de combater cartéis que considera ameaças à segurança nacional, especialmente diante da crise de opioides que afeta o país. A resposta da Venezuela, com mobilização militar e retórica defensiva, reflete a sensibilidade da situação e a percepção de uma ameaça externa à sua soberania.