A Catalunha aguarda com expectativa a chegada de um raro espetáculo astronómico: um eclipse solar total no dia 12 de agosto de 2026. Este evento, o primeiro do seu género na região em mais de 120 anos, promete mergulhar o sul da Catalunha numa escuridão momentânea, com a Lua a cobrir completamente o Sol. Municípios como Roquetes, em Terres de l'Ebre, terão a oportunidade de observar a totalidade do fenómeno por até 1 minuto e 32 segundos.
O eclipse ocorrerá no final da tarde, entre as 19h30 e as 21h00, com o Sol a uma altitude inferior a 5 graus acima do horizonte. Para garantir uma experiência segura e organizada, o Governo da Catalunha estabeleceu uma comissão interdepartamental, liderada pelo Presidente Salvador Illa e vice-presidida pela Ministra da Investigação e Universidades, Núria Montserrat. A comissão, composta por treze departamentos, está a coordenar todos os aspetos logísticos, de segurança, saúde pública, educação e divulgação científica. Uma iniciativa chave é a criação de um mapa de visibilidade, que identificará os locais ideais para a observação e estará disponível publicamente nos próximos meses. O Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha (IEEC) desempenha um papel crucial no fornecimento de apoio técnico e científico. Ignasi Ribas, diretor do IEEC, destaca que este eclipse representa uma oportunidade excecional para a investigação, particularmente no estudo da coroa solar. O Observatório de l'Ebre, em Roquetes, é o único observatório catalão dentro do caminho da totalidade e será um ponto central para a geração de conhecimento.
Este evento insere-se numa série de três eclipses visíveis em Espanha entre 2026 e 2028, sendo este o primeiro eclipse solar total a ser observado na Península Ibérica em quase 120 anos, desde 1905. A expectativa é de um afluxo significativo de turistas e entusiastas da astronomia, o que levanta desafios logísticos em termos de mobilidade e alojamento. O governo está a planear medidas de controlo de tráfego e sistemas de resposta a emergências. É fundamental que os cidadãos se preparem para uma observação segura, recomendando-se vivamente a utilização de filtros solares certificados. O eclipse é também um catalisador para o interesse público na ciência e na astronomia, com planos para envolver escolas e universidades em atividades educativas.