Uma nova e intrigante adição ao nosso céu noturno foi revelada: uma pequena rocha espacial, designada 2025 PN7, foi identificada como uma quase-lua. Este objeto orbita o Sol em uma trajetória sincronizada com a Terra, permanecendo em nossa vizinhança cósmica por décadas. A descoberta, publicada nas Research Notes of the American Astronomical Society, lança luz sobre a complexa dança gravitacional que molda nosso sistema solar.
O objeto foi inicialmente detectado pelo observatório Pan-STARRS, localizado no Havaí, em 2 de agosto de 2025. No entanto, análises de imagens de arquivo indicam que 2025 PN7 tem seguido uma órbita semelhante à da Terra por aproximadamente 60 a 70 anos. Carlos de la Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madrid, um dos principais pesquisadores do estudo, descreveu 2025 PN7 como a menor e menos estável das quase-luas conhecidas da Terra, com um diâmetro estimado de cerca de 19 metros. Sua natureza tênue e as janelas de visibilidade limitadas explicam por que permaneceu despercebida por tanto tempo, sendo detectável apenas com telescópios de alta potência.
Ao contrário das luas tradicionais que orbitam um planeta diretamente, as quase-luas são asteroides que, embora orbitando o Sol, mantêm uma relação orbital de 1:1 com um planeta. Essa ressonância orbital faz com que pareçam acompanhar o planeta, criando a ilusão de uma órbita ao redor dele. Ao contrário das "mini-luas" temporárias, que podem ser capturadas pela gravidade terrestre por curtos períodos, as quase-luas como 2025 PN7 permanecem em proximidade por períodos muito mais longos. De acordo com os pesquisadores, este objeto celeste recém-descoberto está a uma distância média de 384.400 quilômetros da Terra e pode se aproximar até 299.337 quilômetros no ponto mais próximo. A órbita de 2025 PN7 está projetada para permanecer estável por mais cerca de 60 anos, totalizando uma permanência de aproximadamente 128 anos em seu estado atual.
A composição exata de 2025 PN7 ainda está sob investigação, mas as evidências preliminares sugerem que se trata de um objeto rochoso natural. Alguns quase-satélites, incluindo 2025 PN7, são afetados pelo efeito Yarkovsky — uma força térmica causada pela emissão desigual de calor por corpos em rotação, que pode alterar gradualmente suas órbitas e contribuir para a instabilidade. O objeto pertence à classe de asteroides Arjuna, que demonstram órbitas incomumente semelhantes às da Terra, apesar de não orbitarem a Terra. O primeiro objeto desse tipo foi descoberto em 1991, tornando 2025 PN7 o mais novo membro desse grupo.Essa descoberta se soma a um pequeno grupo de objetos conhecidos que compartilham órbitas semelhantes à Terra, como Kamo'oalewa, cuja órbita é estável por 381 anos, que é um alvo da missão Tianwen-2 da China, lançada em maio de 2025, com o objetivo de coletar amostras e retornar à Terra até 2027. O estudo de objetos como 2025 PN7 oferece uma oportunidade valiosa para aprofundar nossa compreensão sobre a dinâmica orbital, a formação do sistema solar e a natureza dos corpos próximos à Terra.
O astrônomo amador francês Adrien Coffinet apresentou 2025 PN7 pela primeira vez à comunidade astronômica em 30 de agosto de 2025, observando que o objeto provavelmente seria um quase-satélite da Terra pelos próximos 60 anos. Seus elementos orbitais incluem um semieixo maior de 1.0030 UA, uma excentricidade de 0.1075 e uma baixa inclinação, o que o mantém próximo ao plano orbital da Terra.
A existência de 2025 PN7 ressalta a constante evolução do nosso ambiente cósmico e a beleza intrincada das forças que governam o movimento dos corpos celestes. Cada nova descoberta como esta expande nossa perspectiva, revelando a complexidade e a interconexão do universo, e nos convida a contemplar nosso lugar em meio a essa vastidão dinâmica.