Tempestade Cláudia: Chuva Intensa e Poeira Sahariana Afetam a Europa

Editado por: Tetiana Martynovska 17

The Met Office elevou Storm Claudia a um evento meteorológico crítico, com ventos traiçoeiros e uma grave ameaça às costas. Fiquem todos em segurança.

A recente passagem da Depressão Cláudia pela Península Ibérica gerou um cenário meteorológico extremo, com a Espanha a ser particularmente atingida por precipitações severas e tempestades elétricas intensas. As regiões ocidentais e o arquipélago das Ilhas Canárias enfrentaram o impacto mais significativo durante a semana em curso. Este evento atmosférico coincidiu com a manifestação do fenómeno Calima, um influxo de poeira do Deserto do Saara que coloriu a atmosfera com tonalidades que variaram do amarelo ao laranja, criando um espetáculo visual invulgar.

A tempestade Claudia chegou

Tempestades de areia vindas do Saara resultam de ventos de corrente de jato de nível superior que deslocam massas de partículas através do Mediterrâneo até à Europa, um processo facilitado pelo clima desértico e ventos fortes. A confluência da chuva com a poeira saariana resultou no que é popularmente designado por "chuva de sangue", um evento que depositou resíduos visíveis e provocou uma acentuada degradação na qualidade do ar. Esta concentração elevada de material particulado (PM), ou aerossóis, pode causar irritações no sistema respiratório, olhos e garganta, conforme alertam especialistas em saúde. Em resposta, as autoridades sanitárias emitiram recomendações enfáticas para que indivíduos com condições respiratórias pré-existentes restringissem a exposição ao exterior, visando mitigar a inalação destas partículas finas.

Fenómenos como a Calima, que já ocorreram na Europa, como em fevereiro de 2021 na França, ilustram a capacidade das correntes de vento de transportar o pó do Saara por longas distâncias. Após atravessar o território espanhol, o sistema ciclónico direcionou a sua trajetória para o Reino Unido e a Irlanda, o que motivou a emissão de alertas meteorológicos de nível "laranja" nessas jurisdições, sinalizando um potencial perigo. As previsões para estas nações incluíam aguaceiros torrenciais, ventos de força de vendaval e inundações localizadas, além da chegada da primeira neve da estação em algumas áreas.

Em episódios anteriores de tempestades severas no Reino Unido e na Irlanda, como a Tempestade Éowyn, foram emitidos alertas de nível vermelho, o mais alto, com risco extremo à vida, e mais de 700.000 residências na República da Irlanda ficaram sem energia elétrica devido a ventos que registaram quase 200 km/h. O contexto europeu recente tem sido marcado por eventos climáticos extremos, como as piores inundações na Espanha em 30 anos, atribuídas à DANA (Depressão Isolada de Alta Altitude) e ao aquecimento do Mediterrâneo, que resultaram em pelo menos 158 mortes em algumas localidades, onde choveu o equivalente a um ano inteiro em apenas oito horas.

A Tempestade Cláudia, ao introduzir a combinação de chuva e poeira, insere-se neste padrão de intensificação de fenómenos, onde o solo seco, após períodos de estiagem como os enfrentados pela Espanha nos últimos dois anos, agrava a capacidade de absorção da precipitação. A vigilância mantém-se, pois a movimentação de sistemas de baixa pressão intensos através do Atlântico Norte, alimentados por contrastes de temperatura, continua a gerar instabilidade climática no continente europeu, reforçando a necessidade de adaptação das infraestruturas e da população a padrões climáticos cada vez mais voláteis.

Fontes

  • HNA

  • Storm Claudia Arrives: Heavy Rain and Strong Winds

  • Sturm Claudia wird Großbritannien und Irland am 14. November treffen, hohe Gefahrenstufe ausgerufen

  • Notfallplan auf Teneriffa aktiviert wegen Sturm Claudia

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