A água começou a fluir da barragem de gelo da Bacia do Suicídio, um lago glacial adjacente à geleira Mendenhall, no Alasca, provocando inundações significativas ao longo do rio Mendenhall. As autoridades emitiram avisos de evacuação para áreas vulneráveis, antecipando que os níveis de água atinjam o pico entre o final de terça-feira e quarta-feira. Este fenómeno, conhecido como inundação por descarga glacial ou jökulhlaup, ocorre quando a pressão da água acumulada sobrecarrega a capacidade da geleira, libertando água para o lago e, subsequentemente, para o rio. Esta tem sido uma preocupação recorrente para Juneau desde 2011, com inundações anteriores a causarem danos substanciais a propriedades, registando os eventos de 2023 e 2024 níveis de água recordes.
Em agosto de 2024, o rio Mendenhall atingiu um pico de 15,99 pés, ultrapassando o recorde anterior de 14,97 pés estabelecido no ano anterior. Estima-se que 14,6 mil milhões de galões de água foram libertados durante a inundação do ano passado. Em resposta à ameaça iminente, foi instalado um sistema temporário de diques ao longo das margens do rio, composto por cerca de 10.000 barreiras Hesco, concebido para mitigar níveis de inundação semelhantes aos observados no ano anterior. As autoridades expressam confiança na capacidade destas barreiras para conter inundações até 18 pés, embora haja apreensão quanto a níveis de água superiores. A Bacia do Suicídio, que se tem vindo a encher anualmente com água da chuva e degelo desde que uma geleira menor na área recuou devido às alterações climáticas, tem vindo a aumentar a frequência e a intensidade das inundações. Cientistas estão a utilizar levantamentos com drones e pesquisa GPS para melhor compreender a evolução da bacia e a quantidade de água que contém, com o objetivo de refinar modelos de fluxo de gelo e prever com maior certeza a duração deste problema nas próximas décadas. Espera-se que estas inundações continuem enquanto a geleira Mendenhall funcionar como uma barragem de gelo para a bacia, um cenário que poderá prolongar-se por mais 25 a 60 anos, refletindo um desafio contínuo impulsionado pelas alterações climáticas.