A Grécia enfrenta uma crise de incêndios florestais sem precedentes, com dezenas de novos focos a eclodir diariamente, exacerbados por uma onda de calor severa e ventos fortes que varrem o sul da Europa.
A situação é particularmente crítica na região de Acaia, perto da cidade ocidental de Patras, onde as chamas consumiram vastas áreas de terreno, forçando evacuações em massa e colocando infraestruturas vitais em risco. Em apenas dois dias, quase 10.000 hectares foram consumidos pelo fogo na região de Acaia, resultando na destruição de inúmeras casas e negócios. As chamas chegaram às imediações de Patras, levando à evacuação de um hospital infantil e de várias zonas residenciais. O país mobilizou quase 5.000 bombeiros, apoiados por 33 aeronaves, numa corrida contra o tempo para conter os incêndios. A intensidade do calor, que atingiu os 39°C em algumas áreas, combinada com ventos fortes de até 7 Beaufort, criou condições ideais para a rápida propagação do fogo. A Grécia solicitou assistência a outros membros da União Europeia, incluindo quatro aviões de combate a incêndios através do Mecanismo de Proteção Civil da UE.
Estes eventos na Grécia fazem parte de um padrão mais amplo de condições meteorológicas extremas que afetam toda a Europa. Ondas de calor recorde e temperaturas elevadas estão a criar condições de "caixa de fósforos" em todo o Mediterrâneo. Países como Espanha, Itália e Portugal também estão a lidar com incêndios florestais intensos. Na Europa, mais de 440.000 hectares arderam este ano, o dobro da média anual desde 2006, segundo o Centro Comum de Investigação da UE. A intensidade e frequência destes incêndios estão a ser cada vez mais ligadas às alterações climáticas, que aumentam a probabilidade de ondas de calor e secas prolongadas. As autoridades gregas estão a trabalhar incansavelmente para controlar os focos, mas a combinação de calor extremo, ventos fortes e a vasta extensão das áreas afetadas representam um desafio significativo.