Onda de Calor Nórdica Intensificada pelas Alterações Climáticas

Editado por: Tetiana Martynovska 17

Uma onda de calor implacável que varreu a Noruega, Suécia e Finlândia em julho de 2025 foi significativamente exacerbada pelas atividades humanas, tornando-se aproximadamente 2°C mais quente e pelo menos dez vezes mais provável. Esta análise, conduzida pela rede World Weather Attribution (WWA), sublinha a crescente influência das alterações climáticas em eventos meteorológicos extremos, mesmo em regiões tradicionalmente frias.

A Finlândia registou um período sem precedentes de mais de 22 dias consecutivos com temperaturas a ultrapassar os 30°C, excedendo em muito os padrões históricos, com o recorde anterior a situar-se em 13 dias em 1972. Partes do Círculo Ártico na Noruega também testemunharam um calor invulgar, com uma estação meteorológica a registar temperaturas acima dos 30°C durante 13 dias em julho. Estes eventos marcam um desvio substancial das normas climáticas de julho para a região.

Os investigadores da WWA enfatizaram que estes extremos de temperatura são uma consequência direta do aquecimento global induzido pelo homem, impulsionado pela queima de combustíveis fósseis. A análise sugere que, sem o aquecimento global causado pelo homem, um período de calor tão intenso seria extremamente raro. A escala e a persistência desta onda de calor são um forte indicador da amplificação ártica, onde as regiões polares aquecem a um ritmo mais acelerado do que a média global.

As consequências desta onda de calor foram generalizadas, sobrecarregando os sistemas de saúde pública e a infraestrutura. Hospitais em algumas áreas tiveram de cancelar cirurgias e lutar para manter os edifícios frescos, uma vez que o ar condicionado não é comum em muitas habitações nórdicas. O calor extremo também levou a um aumento de afogamentos, incêndios florestais e proliferação de algas nocivas. Os meios de subsistência tradicionais foram afetados, com pastores de renas a relatar mortes de animais devido ao stress térmico e avistamentos de renas a procurar refúgio em áreas urbanas. Em comparação, a onda de calor de 2018 na Suécia resultou em cerca de 750 mortes prematuras, um testemunho do perigo que estes eventos representam.

Os cientistas alertam que, sem uma ação rápida para reduzir o uso de combustíveis fósseis, eventos como esta onda de calor nórdica tornar-se-ão ainda mais frequentes e intensos. As projeções indicam que, se o aquecimento global atingir 2,6°C acima dos níveis pré-industriais até 2100, tais eventos poderão ocorrer cinco vezes mais frequentemente e ser ainda mais quentes. Esta situação realça a necessidade urgente de medidas de adaptação e mitigação para enfrentar a crescente frequência e intensidade destes fenómenos, reconhecendo que nenhuma região está imune aos impactos das alterações climáticas.

Fontes

  • Trn.mk

  • World Weather Attribution

  • Euronews

  • Phys.org

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