Sistema de Correntes Oceânicas do Atlântico à Beira do Colapso, Alertando para Mudanças Climáticas Globais

Editado por: Inna Horoshkina One

Um sistema vital de correntes oceânicas, conhecido como Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), está se aproximando perigosamente de um ponto de inflexão crítico, com pesquisas recentes indicando um enfraquecimento significativo. Essa "esteira" colossal, que transporta águas tropicais quentes para o norte, desempenha um papel fundamental na regulação dos padrões climáticos em todo o mundo.

Estudos publicados em agosto de 2025, utilizando 25 modelos climáticos, identificaram um novo indicador, o fluxo de flutuabilidade superficial, que tem demonstrado um aumento desde 2020. Isso sugere um enfraquecimento acelerado desta corrente crucial. Projeções indicam um potencial colapso já em 2055 sob cenários de altas emissões, e mesmo em cenários de baixas emissões alinhados com o Acordo de Paris, o colapso ainda ocorre em 25% dos modelos, um risco considerado inaceitavelmente alto.

As consequências de um colapso da AMOC seriam profundas e generalizadas. A Europa, em particular, enfrentaria um resfriamento acentuado, com invernos mais rigorosos e um aumento na ocorrência de tempestades. Paralelamente, a costa leste da América do Norte poderia experimentar um aumento considerável do nível do mar. Além disso, padrões de monções na Ásia e África poderiam ser severamente perturbados, impactando a segurança alimentar e a estabilidade econômica em vastas regiões.

O Comissário Europeu para o Clima, Wopke Hoekstra, classificou as descobertas como um "sério alerta climático", enfatizando a urgência em reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Estudos anteriores já indicavam que a AMOC estava em seu ponto mais fraco em pelo menos 1.600 anos, com pesquisas de 2018 estimando um enfraquecimento de 15% desde o ano 400 d.C., em grande parte devido às mudanças climáticas induzidas pelo homem.

A nova análise, que estendeu os modelos até 2300 e 2500, sugere que o ponto de inflexão, onde o desligamento da AMOC se torna inevitável, pode ser atingido nas próximas décadas. O novo indicador de fluxo de flutuabilidade superficial, que combina mudanças de calor e salinidade na superfície do oceano para estimar a densidade da água – o motor da formação de águas profundas –, oferece uma ferramenta mais precisa para monitorar a saúde da AMOC. A estabilidade observada até 2020 foi substituída por um aumento no fluxo de flutuabilidade, sinalizando uma aceleração no enfraquecimento da corrente.

A necessidade de ação imediata é clara, pois a redução das emissões de combustíveis fósseis é vista como a principal via para mitigar esse risco iminente e evitar as repercussões catastróficas de um colapso da AMOC.

Fontes

  • livescience.com

  • Live Science

  • AP News

  • Reuters

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