A técnica de desgaste acelerado (enhanced weathering - EW), que utiliza rochas trituradas para intensificar processos naturais de captura de dióxido de carbono atmosférico, apresenta um potencial significativo para mitigar as alterações climáticas.
Um estudo de fevereiro de 2025 projetou que a implementação do EW na agricultura dos EUA poderia remover entre 160 e 300 milhões de toneladas métricas de CO2 anualmente até 2050, contribuindo substancialmente para as metas de emissões líquidas zero do país. Inicialmente, o olivino foi considerado para esta aplicação, mas preocupações sobre sua toxicidade levaram a uma preferência pelo basalto. O basalto, embora com um processo de desgaste mais lento, é considerado uma alternativa mais segura para a saúde do solo e da água. Ensaios demonstraram um aumento de até 20% na produção de chá na Índia com o uso de basalto.
A aplicação de rocha silicatada triturada em campos agrícolas acelera o processo natural de desgaste, que é a decomposição química e física das rochas. Este processo remove o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, convertendo-o em íons bicarbonato, que são então sequestrados. O basalto, em particular, é rico em minerais que liberam nutrientes lentamente à medida que se desgastam, atuando como um condicionador natural do solo e melhorando sua saúde e fertilidade. Estudos indicam que o desgaste acelerado pode aumentar os rendimentos das colheitas em até 12-16%, como observado em ensaios com milho e soja. Além disso, o aumento do pH do solo proporcionado pelo basalto melhora a disponibilidade de nutrientes para as plantas, reduzindo a necessidade de fertilizantes sintéticos.
O desgaste acelerado não só contribui para a remoção de carbono, mas também oferece benefícios secundários para a agricultura, como a melhoria da saúde do solo e a redução da necessidade de insumos agrícolas. A técnica alinha-se com os princípios da agricultura regenerativa, promovendo a sustentabilidade ambiental e a recuperação do solo. A capacidade do basalto de regular o pH do solo, neutralizando solos ácidos, é particularmente benéfica em regiões onde a acidez do solo limita a produtividade agrícola. A pesquisa sugere que a aplicação de basalto em terras agrícolas pode reduzir a perda líquida de carbono para a atmosfera em até 42% em parcelas de milho e mais do que duplicar o armazenamento de carbono em parcelas de miscanthus.
Em escala global, a aplicação de 10-30 toneladas de silicato por hectare anualmente em dois terços das terras aráveis mais produtivas do mundo poderia remover 0,5-4 bilhões de toneladas de CO2 da atmosfera por ano até 2100. Embora existam desafios relacionados à mineração, moagem e transporte de rochas em larga escala, a infraestrutura existente na agricultura para a aplicação de rochas trituradas, como o calcário para a gestão do pH do solo, sugere um potencial de rápida adoção. A busca por soluções climáticas sustentáveis tem impulsionado o interesse em tecnologias como o desgaste acelerado, com o basalto emergindo como um componente chave devido à sua capacidade de sequestrar carbono e melhorar a saúde do solo. A investigação contínua e a aplicação desta tecnologia prometem um futuro mais sustentável, onde a saúde do planeta e a produtividade agrícola caminham juntas.