A Ilha de Panaon, localizada em Southern Leyte, nas Filipinas, foi oficialmente declarada uma Paisagem Protegida Marinha (PIPS) através da Lei da Paisagem Protegida da Ilha de Panaon. A legislação, sancionada pelo Presidente Ferdinand Marcos Jr. em 29 de agosto de 2025, estabelece uma área marinha protegida de 61.204 hectares, abrangendo as águas dos municípios de Liloan, San Francisco, Pintuyan e San Ricardo.
Esta área protegida é reconhecida globalmente como parte de um portfólio de recifes com maior probabilidade de sobreviver aos impactos das alterações climáticas. Os recifes de coral da Ilha de Panaon exibem uma impressionante cobertura de 60% em condição "muito boa", superando significativamente a média nacional de cerca de 20%. A PIPS é um hotspot de biodiversidade, inserido no Triângulo de Coral, e serve de habitat para espécies vulneráveis como o tubarão-baleia e o pato filipino.
A nova lei introduz regulamentos cruciais, como limites de velocidade obrigatórios para embarcações e diretrizes específicas para operações comerciais. Será estabelecido um Conselho de Gestão de Áreas Protegidas, composto por membros da comunidade local e agências governamentais, para gerir os regulamentos de zoneamento. Este conselho designará zonas para conservação rigorosa e áreas para práticas sustentáveis, como pesca e turismo, alinhando-se com a estratégia de economia azul do país.
O esforço de conservação foi precedido por atividades de advocacia, incluindo o Festival Layag em maio de 2025, onde líderes locais e defensores do meio ambiente defenderam a aprovação do projeto de lei. A Oceana, um grupo de conservação marinha internacional, desempenhou um papel fundamental na consulta às comunidades locais e na apresentação de descobertas científicas ao governo filipino. A expedição liderada pela Oceana em 2020 documentou a abundância de vida marinha na ilha, mas também encontrou evidências de pesca destrutiva e poluição plástica, ameaças que a nova lei visa mitigar.
A Lei PIPS representa um passo monumental na preservação dos delicados ecossistemas marinhos da Ilha de Panaon, garantindo a salvaguarda da sua rica biodiversidade e apoiando o bem-estar económico das suas comunidades locais. A iniciativa visa também promover meios de subsistência alternativos sustentáveis, como a criação de pepinos-do-mar e o turismo de tubarões-baleia, reduzindo a pressão sobre as pescas. Os recifes de coral, mangais e pradarias marinhas da ilha também funcionam como defesas naturais contra marés de tempestade e inundações, além de armazenarem "carbono azul", contribuindo para a resposta do país à crise climática.