Uma expedição recente à Fossa das Marianas, o ponto mais profundo dos oceanos, resultou na descoberta de diversas novas espécies marinhas. Cientistas a bordo do navio de pesquisa 'Ocean Explorer' empregaram tecnologia de submarinos avançada para alcançar profundidades antes inexploradas, desvendando um ecossistema surpreendente em agosto de 2025. As descobertas oferecem um vislumbre da biodiversidade em regiões oceânicas extremas, onde a vida se adapta a condições de pressão esmagadora, ausência de luz e temperaturas baixas.
Entre os achados notáveis estão uma água-viva bioluminescente com padrões de pulsação únicos e uma espécie de peixe-pescador com um esca incomumente grande. A análise genética dos microrganismos encontrados revelou genomas mais eficientes, essenciais para a especialização e sobrevivência em tais ambientes. Pesquisas indicam que mais de 7.000 espécies de microrganismos foram identificadas, com cerca de 90% delas sendo completamente novas para a ciência. Foram coletados exemplares de crustáceos, como 662 anfípodes (Hirondellea gigas), e o peixe Pseudoliparis swirei, conhecido por habitar as maiores profundidades já registradas.
A vida nessas zonas abissais, que se estendem a partir de 2.000 metros de profundidade, é marcada por pressões que podem ultrapassar centenas de atmosferas e temperaturas próximas a 2-4°C. Os organismos desenvolveram estratégias notáveis, como estruturas corporais flexíveis, metabolismos lentos e a capacidade de produzir bioluminescência. Alguns microrganismos, por exemplo, são capazes de metabolizar compostos como monóxido de carbono, desempenhando papéis cruciais na cadeia alimentar desses ecossistemas únicos.
As descobertas na Fossa das Marianas reforçam a ideia de que vastas áreas do oceano permanecem inexploradas, abrigando uma biodiversidade surpreendente que desafia as condições hostis. A pesquisa contínua é fundamental para compreender os papéis ecológicos e a composição genética dessas novas formas de vida, além de destacar a importância da conservação desses ambientes únicos. A exploração dessas profundezas não só expande nosso conhecimento sobre a vida na Terra, mas também pode inspirar inovações em áreas como medicina e biotecnologia, dada a produção de substâncias úteis por esses organismos.