A barita, um mineral com uma história geológica que se estende por 3,5 mil milhões de anos, oferece uma perspetiva única sobre a evolução dos oceanos terrestres. Os seus processos de formação sofreram transformações significativas, refletindo as mudanças na geoquímica e biologia do nosso planeta.
Nos antigos oceanos do Arqueano, antes da oxigenação, a barita formava-se principalmente pela mistura de fluidos hidrotermais ricos em bário com águas contendo sulfato. Estes depósitos ancestrais, originários de fontes profundas, fornecem evidências das condições oceânicas primitivas e do ciclo inicial dos elementos. Acredita-se que estes depósitos arqueanos se formaram em fontes termais rasas, onde águas subterrâneas interagiram com águas ricas em sulfato, desencadeando a precipitação da barita.
Os oceanos modernos testemunham a formação de barita associada à biomassa microbiana, como diatomáceas e biofilmes bacterianos. Este processo é impulsionado pela decomposição da matéria orgânica, libertando bário que precipita em microambientes, destacando o papel crucial dos micróbios na química marinha atual. Estudos indicam que bactérias marinhas precipitam barita através de um processo de biomineralização mediado metabolicamente, sendo que a barita não precipita na presença de bactérias mortas, ao contrário das culturas vivas. A matéria orgânica em decomposição e as substâncias poliméricas extracelulares (EPS) produzidas por bactérias criam microambientes que promovem a concentração de bário, levando à supersaturação local e à nucleação da barita.
Como um arquivo da química da água do mar e da produtividade biológica, a composição da barita em registos sedimentares ilumina eventos importantes na história da Terra. A taxa de acumulação de barita marinha em sedimentos pelágicos oxigenados pode ser utilizada para reconstruir as mudanças na produtividade oceânica ao longo do tempo. A barita é um indicador amplamente utilizado para estimar a produção de exportação passada no oceano, com uma correlação robusta entre as taxas de acumulação de barita e a exportação de carbono para o oceano profundo. A investigação sobre a barita em sedimentos marinhos, incluindo a sua morfologia, pode fornecer informações sobre as condições biogeoquímicas dentro dos agregados de matéria orgânica.
O estudo contínuo da barita aprofunda a nossa compreensão dos ciclos biogeoquímicos marinhos e do impacto da atividade microbiana no ciclo do carbono do oceano. A barita é um mineral altamente estável no ambiente marinho, formando-se em associação com a atividade bacteriana dentro de agregados de matéria orgânica em decomposição em profundidades intermediárias. A sua resistência à alteração diagenética torna-a um arquivo valioso para estudos paleoambientais.