Potencial da Bioeconomia Brasileira: Uma Oportunidade de Trilhões de Dólares

Editado por: Anulyazolotko Anulyazolotko

O Brasil está posicionado para capitalizar sua vasta biodiversidade, com projeções indicando que sua bioeconomia poderá gerar anualmente entre US$ 100 bilhões e US$ 140 bilhões até 2032. Este setor emergente, que integra riqueza natural com ciência e inovação, visa criar produtos sustentáveis em áreas como alimentos, saúde, cosméticos, materiais e agronegócio. A incomparável biodiversidade brasileira, combinada com uma base científica sólida e uma matriz energética limpa, posiciona o país como um líder global em bioinovações. Setores como o de alimentos e materiais biodegradáveis demonstram um potencial promissor, com projeções de receita anual de US$ 40-50 bilhões e US$ 20-30 bilhões, respectivamente.

Apesar do vasto potencial, menos de 10% da flora brasileira foi mapeada geneticamente, evidenciando uma lacuna crítica na realização de todo esse potencial econômico. A Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) estima que a implementação de novas tecnologias ligadas à bioeconomia pode injetar US$ 592,6 bilhões por ano na economia brasileira. Para destravar plenamente o potencial da bioeconomia, o país necessita de um investimento estimado de US$ 15,7 bilhões em capital público e privado na próxima década. As frentes estratégicas incluem o fortalecimento das bases científicas, o fomento a ecossistemas de inovação, a melhoria das condições de mercado e o aprimoramento regulatório. O conhecimento empírico das comunidades indígenas, quilombolas e tradicionais sobre o uso sustentável da biodiversidade é vital para a inovação biocultural, sendo crucial o reconhecimento da natureza como agente ativo na bioeconomia para garantir a partilha justa e equitativa dos benefícios gerados.

O Brasil possui uma matriz energética predominantemente renovável, com mais de 85% de sua eletricidade proveniente de fontes limpas, como hidrelétrica, eólica e solar. Essa base energética robusta e limpa oferece uma vantagem competitiva significativa, alinhando o desenvolvimento econômico com metas ambientais globais e facilitando a transição para uma economia de baixo carbono. A bioeconomia, ao alavancar essa riqueza natural e energética, representa um caminho para o crescimento sustentável e inclusivo, transformando o potencial biológico do país em prosperidade econômica e social.

No entanto, o país enfrenta desafios em eficiência de inovação e na distribuição equitativa de investimentos. A região amazônica, rica em potencial biológico, recebe uma parcela desproporcionalmente menor de crédito rural em comparação com o Sul, indicando a necessidade de um redirecionamento estratégico de recursos. Entre 2021 e 2023, 74% dos investimentos em bioeconomia no país foram direcionados a bioenergia e florestas plantadas, enquanto a Amazônia Legal recebeu apenas 12% do crédito rural destinado a produtos da biodiversidade, contrastando com os 30% concentrados no Sul.

Fontes

  • CNN Brasil

  • CNN Brasil

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