O Jardim Botânico do Rio de Janeiro lançou o "Mona Cagarras - Guia Ilustrado da Flora", uma publicação que explora a rica biodiversidade das Ilhas Cagarras, um Monumento Natural crucial para a conservação da Mata Atlântica.
A obra, elaborada pelos pesquisadores Luiz Berri e Massimo Bovini, detalha 15 espécies nativas do arquipélago, localizado a 5 km de Ipanema. Entre elas, destaca-se a Alcantarea glaziouana, uma das maiores bromélias do mundo e endêmica da região, e a Neoregelia cruenta, conhecida como bromélia-tanque, essencial para o suprimento de água em um local sem fontes potáveis. A comercialização excessiva quase levou a Neoregelia cruenta à extinção no litoral fluminense, evidenciando a fragilidade do ecossistema local.
Financiado pela Faperj, o guia combina rigor acadêmico com acessibilidade, incluindo ilustrações botânicas para colorir. O Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras, criado em 2010, abrange quatro ilhas e dois ilhotes, totalizando 91,23 hectares. A unidade de conservação protege remanescentes da Mata Atlântica insular e serve como refúgio para aves marinhas.
O arquipélago foi reconhecido internacionalmente como "Hope Spot" (Ponto de Esperança) pela Mission Blue, aliança liderada pela oceanógrafa Sylvia Earle, um título compartilhado com locais como as Ilhas Galápagos. Este reconhecimento sublinha a importância global das Ilhas Cagarras como santuário de biodiversidade, abrigando mais de 600 espécies, incluindo as endêmicas, raras e ameaçadas.
Complementando a publicação, uma exposição interativa sobre a biodiversidade das ilhas está em cartaz no Jardim Botânico do Rio de Janeiro até 1º de dezembro de 2025. Iniciativas como o Projeto Ilhas do Rio, ativo desde 2011, têm sido fundamentais para a divulgação e preservação deste patrimônio natural, reforçando o compromisso com a educação ambiental e a disseminação do conhecimento científico.