Investigações arqueológicas recentes na região sudeste do Mar Morto, na Jordânia, trouxeram à luz indícios significativos que conectam as cidades bíblicas de Sodoma, Gomorra, Adma, Zeboim e Zohar a locais históricos específicos. Este trabalho de campo visa esclarecer a plausibilidade histórica das narrativas contidas no livro de Gênesis, sugerindo que os eventos descritos podem ter um correlato no registro geológico e estrutural da área.
O sítio de Bab edh-Dhra é frequentemente citado como um forte candidato para representar Sodoma, a mais proeminente das cidades da planície. As escavações neste local revelaram uma estrutura densamente fortificada, notavelmente uma muralha com 23 polegadas de espessura, juntamente com um templo e diversas habitações datadas do início da Idade do Bronze. Contudo, alguns arqueólogos observam que, diferentemente das ruínas vizinhas de Numera, Bab edh-Dhra não parece ter sido destruída por um incêndio de grande magnitude. Além disso, as destruições em Bab edh-Dhra e Numera ocorreram em momentos distintos, separados por um intervalo de aproximadamente 250 anos.
Em contrapartida, Numera, situada ao sul de Bab edh-Dhra, é considerada a possível Gomorra, apresentando ocupação da Idade do Bronze Antiga e ruínas que mostram sinais claros de devastação pelo fogo. A descoberta de restos esqueléticos sob uma torre desabada em Numera é interpretada como um eco de um evento catastrófico súbito. A datação arqueológica para a destruição de ambos os sítios é colocada por alguns pesquisadores em torno de 2350 a.C., o que gera uma discrepância com cronologias bíblicas mais tradicionais, embora análises recentes de cronologias egípcias e mesopotâmicas possam criar uma sobreposição viável com as datas dos Patriarcas.
Os locais de Fifa e Khanazir são especulados como representações de Adma e Zeboim, respectivamente, ambos exibindo vestígios de destruição por fogo e subsequente abandono, aguardando confirmação final. O alinhamento geográfico desses assentamentos, dispostos em um eixo norte-sul perto de antigos cursos d'água, corrobora a descrição bíblica das cidades da planície. Zohar, por sua vez, destaca-se por ser a única das cinco cidades a não ter sofrido destruição, mantendo ocupação contínua da Idade do Bronze ao período Bizantino, com achados que incluem igrejas e vestígios Nabateus.
Uma teoria adicional que enriquece o debate sugere que a destruição de cidades na região, incluindo Tall el-Hammam (outro candidato a Sodoma), pode ter sido resultado de uma explosão aérea de meteoro. Este evento teria gerado calor intenso, vitrificando cerâmicas e derretendo telhados, o que alguns cientistas ligam ao relato bíblico de enxofre e fogo. A onda de choque dessa explosão teria provocado um tsunami de água salgada, forçando o abandono da terra fértil. A consistência dos achados de destruição por fogo e abandono em vários locais reforça a plausibilidade histórica do relato bíblico, conforme as contribuições para a arqueologia bíblica em 2025.