Uma descoberta paleontológica notável ocorreu na Caverna Natural Trap, nas Montanhas Bighorn, perto de Lovell, Wyoming. Uma equipe liderada pela Dra. Julie Meachen, da Des Moines University, desenterrou um esqueleto de mamute quase completo. Esta descoberta oferece insights valiosos sobre os ecossistemas pré-históricos da região durante a Era do Gelo.
A Caverna Natural Trap é um poço vertical com aproximadamente 26 metros de profundidade e uma abertura de 3,7 por 4,6 metros. Ao longo de milênios, funcionou como uma armadilha natural para diversos animais, incluindo mamutes, bisões e felinos dente-de-sabre, resultando em um rico depósito de fósseis bem preservados. O ambiente interno da caverna, com temperaturas constantes em torno de 5,5°C e 98% de umidade, é crucial para a excepcional conservação dos espécimes. Cientistas já conseguiram extrair DNA mitocondrial de achados com cerca de 20.000 anos.
A Dra. Meachen destacou a raridade de encontrar animais totalmente articulados na caverna, pois o mais comum são ossos isolados. Esta descoberta recente é vital para a compreensão da biodiversidade e do clima do final do período Pleistoceno. Pesquisadores buscam reconstruir ecossistemas passados e identificar os fatores que contribuíram para a extinção dos grandes mamíferos da Era do Gelo.
O Bureau of Land Management (BLM) é o órgão responsável pela proteção do local, que permanece fechado ao público. O BLM gerencia cerca de 18 milhões de acres de terras públicas em Wyoming e é um dos maiores administradores de recursos paleontológicos do mundo, guiado pela Lei de Preservação de Recursos Paleontológicos de 2009. Pesquisas contínuas, em colaboração com instituições como a Universidade de Wyoming, continuam a aprofundar o conhecimento sobre o passado da América do Norte.
Estudos anteriores na Caverna Natural Trap, iniciados na década de 1970, já haviam revelado um registro fóssil significativo, abrangendo do Pleistoceno ao Holoceno, com achados de lobos-terríveis e cavalos extintos. As descobertas são fundamentais para entender a evolução genética e as adaptações ecológicas dos animais da Era do Gelo, bem como as correlações entre a mudança climática e a extinção. A análise de DNA antigo, morfologia e dados de pólen, entre outras técnicas, fornecem um panorama detalhado das condições ambientais e da vida na América do Norte durante o Pleistoceno. A caverna, situada em um corredor de migração de animais, oferece uma janela única para a história da Terra, permitindo aos cientistas desvendar como as espécies responderam às flutuações climáticas e ambientais ao longo de milênios.