Escavações sob a Praça do Mercado de Leicester, conduzidas pela University of Leicester Archaeological Services (ULAS), desenterraram vestígios de 2.000 anos de atividade humana contínua. As descobertas incluem o enterro de um bebé romano, enterrado há quase 1.800 anos sob o chão de uma estrutura de madeira, fornos de cerâmica raros e os restos de um marco cívico há muito perdido. A cidade romana de Ratae Corieltauvorum, fundada por volta de 50 d.C., foi revelada em camadas, mostrando edifícios romanos bem preservados, incluindo uma estrutura de madeira inicial datada de aproximadamente 1.900 anos atrás e uma construção posterior em pedra. Artefactos como teselas de mosaico, cerâmica, moedas e joias pintam um quadro vívido da vida quotidiana romana.
Camadas de solo da era anglo-saxónica também foram identificadas, sugerindo uma continuidade de habitação. A história medieval ganhou vida com a descoberta das superfícies mais antigas do mercado medieval, um poço revestido a pedra e os restos de uma masmorra. Esta masmorra, descrita como "uma prisão das mais vis" em meados do século XVI, acredita-se que fazia parte da Câmara Gainsborough, um edifício cívico de alto estatuto que serviu como um centro vital para processos judiciais, assuntos da prefeitura e celebrações cívicas mencionado pela primeira vez em 1533 e demolido por volta de 1748. O próprio mercado medieval, com cerca de 800 anos, é evidenciado por camadas de cascalho compactado e vestígios de bancas preservados como buracos de poste.
O Dr. Gavin Speed, que liderou a escavação, observou que, embora Leicester tenha um rico passado arqueológico, esta área específica permaneceu intocada até agora. A oportunidade proporcionada pelo desenvolvimento da praça do mercado permitiu uma investigação sem precedentes, cujas descobertas superaram as expectativas. O Prefeito da Cidade, Peter Soulsby, enfatizou a importância de compreender o passado da praça do mercado antes de sua modernização, elogiando a ULAS por sua expertise. Descobertas notáveis anteriores em Leicester incluem os restos mortais do Rei Ricardo III em 2012 e uma sala de culto romana em 2023. Espera-se que algumas destas novas descobertas possam ser exibidas ao público.
A repavimentação e reabertura do mercado estão previstas para o final de 2026, marcando um novo capítulo para este local histórico. A riqueza de vestígios desenterrados convida à reflexão sobre a tapeçaria contínua da experiência humana, lembrando que o passado vive sob os nossos pés, moldando o presente e oferecendo sabedoria para o futuro.