O Polo Norte magnético da Terra, um componente crucial para a orientação e navegação em todo o mundo, está a experienciar um movimento contínuo e acelerado, migrando do Canadá em direção à Sibéria.
Este fenómeno, impulsionado pelas dinâmicas internas do planeta, exige atualizações constantes em tecnologias de navegação como o GPS, bem como em sistemas de aviação e marítimos. O deslocamento é resultado do fluxo de ferro e níquel derretidos no núcleo externo da Terra, que gera o campo magnético. Historicamente, o polo magnético tem se deslocado desde a sua descoberta em 1831, mas nas últimas décadas, essa movimentação intensificou-se drasticamente. Entre 1990 e 2005, a velocidade de deslocamento aumentou de cerca de 10-15 km por ano para aproximadamente 55 km por ano, embora tenha desacelerado para cerca de 25-35 km anuais nos anos mais recentes. Esta aceleração e subsequente desaceleração têm intrigado os cientistas, que procuram explicações definitivas para estas variações rápidas e sem precedentes.
Para garantir a precisão dos sistemas de navegação, o Modelo Magnético Mundial (WMM) é atualizado regularmente. A versão mais recente, WMMHR2025, lançada em dezembro de 2024, incorpora os dados mais recentes sobre o deslocamento do polo, mantendo-se válida até o final de 2029. Esta atualização é crucial para a aviação, navegação marítima e terrestre, bem como para pesquisas científicas e militares, assegurando que mapas e sistemas tecnológicos permaneçam precisos e confiáveis.
Embora a maioria dos utilizadores de smartphones e GPS não perceba diretamente a necessidade destas atualizações, setores como a aviação e o transporte marítimo dependem intrinsecamente da precisão do WMM. Companhias aéreas e militares precisam de ajustar os seus softwares de navegação para refletir as mudanças no campo magnético, garantindo a segurança e a eficiência das rotas. A falta de atualizações pode levar a erros de navegação, impactando a segurança.
A ciência continua a monitorizar de perto estes movimentos, buscando compreender as complexas interações no núcleo terrestre que influenciam o campo magnético. A precisão destes modelos é vital não apenas para a navegação, mas também para a proteção do planeta contra a radiação cósmica e os ventos solares, evidenciando a importância contínua da pesquisa geofísica para a vida moderna.