A Tasmânia está na vanguarda da conservação da vida selvagem, com uma colaboração pioneira entre a TasNetworks e pesquisadores da Universidade da Tasmânia. Esta parceria desenvolveu uma ferramenta inovadora de mapeamento de risco para proteger a águia-de-cauda-em-cunha (Aquila audax fleayi), uma espécie criticamente ameaçada. Com uma população estimada em apenas cerca de 1.000 aves adultas, estas águias enfrentam perigos significativos devido a colisões e eletrificações com a infraestrutura humana, particularmente linhas de energia e turbinas eólicas. Entre 2017 e 2023, 110 águias-de-cauda-em-cunha foram confirmadas como mortas ou feridas por infraestruturas de linhas de energia na Tasmânia.
Para combater esta crise, foi desenvolvido um modelo preditivo que utiliza dados de telemetria GPS de trajetórias de voo de águias para identificar pontos de colisão. Esta abordagem baseada em dados permite intervenções de conservação direcionadas, prevendo áreas de alto risco antes que ocorram incidentes. A pesquisa, liderada pelo Dr. James Pay da Universidade da Tasmânia, analisou seis anos de dados de rastreamento de 25 águias, identificando padrões de voo de baixo nível que representam o maior risco. A TasNetworks já tomou medidas proativas, mitigando mais de 600 quilômetros de linhas de energia de alto risco através da instalação de medidas de proteção e novos padrões de design para reduzir o risco de eletrificação. A empresa também está a implementar dispositivos como os "bird flappers" e "bird perches" para tornar as linhas mais visíveis e seguras. A estratégia da TasNetworks visa uma redução de 25% nas incidências com aves ameaçadas até 2032, com um investimento anual de 1 milhão de dólares em medidas de mitigação. A investigação revelou que quase 50% das colisões conhecidas ocorreram em apenas 20% da rede de linhas de energia da Tasmânia, destacando a eficácia da abordagem de mapeamento de risco. Além disso, a tecnologia de monitorização remota, como o "Project – Eagle Eye", está a ser utilizada para monitorizar a atividade das águias nos ninhos em tempo real, melhorando a gestão florestal e de redes elétricas. A inovação tecnológica e a colaboração científica são fundamentais para garantir um futuro mais seguro para a águia-de-cauda-em-cunha e para a rica vida selvagem da Tasmânia.