O Quênia celebra um aumento significativo nas suas populações de rinocerontes negros e brancos, indicando um sucesso notável nos esforços de conservação. Entre 2017 e 2024, a população de rinocerontes negros cresceu de 745 para 1.059 indivíduos, enquanto a população de rinocerontes brancos mais do que duplicou, passando de 513 para 1.041 no mesmo período. Estes números refletem a resiliência destas espécies icônicas e a eficácia das estratégias implementadas pelo Serviço de Vida Selvagem do Quênia (KWS) e seus parceiros. O KWS tem trabalhado incansavelmente para combater a caça furtiva e expandir habitats seguros para os rinocerontes.
Um marco importante foi a realocação de 21 rinocerontes negros em janeiro de 2024 para a Loisaba Conservancy. Esta iniciativa, a maior do seu tipo no Quênia, visa proporcionar mais espaço para a reprodução e bem-estar destes animais, após uma tentativa anterior em 2018 que resultou na perda de 11 animais devido a envenenamento por salinidade da água. A realocação envolveu animais de parques como Nairobi National Park, Ol Pejeta Conservancy e Lewa Wildlife Conservancy, marcando o regresso da espécie a Loisaba após 50 anos.
Apesar dos avanços, a ameaça da caça furtiva persiste. Em maio de 2025, a apreensão de 2,2 kg de chifre de rinoceronte e a prisão de dois indivíduos evidenciaram a contínua batalha contra o comércio ilegal, com o valor estimado da apreensão em cerca de US$ 15.444. Historicamente, o Quênia já enfrentou momentos críticos, como em 2018, quando a morte de 11 rinocerontes negros em Tsavo East devido à alta salinidade da água serviu como um lembrete dos perigos ambientais. No entanto, em 2020, o Quênia registou zero casos de caça furtiva de rinocerontes pela primeira vez em 21 anos, um testemunho dos esforços intensificados de vigilância e segurança.
Os planos de conservação atuais, como o Plano de Ação e Recuperação do Rinoceronte Negro, focam no fortalecimento da aplicação da lei, na expansão de habitats e na utilização de tecnologias de monitoramento avançadas. O Quênia, que já teve uma população de rinocerontes negros inferior a 300 indivíduos na década de 1980, agora detém a terceira maior população da África, com quase 1.000 animais, atrás apenas da África do Sul e da Namíbia. O objetivo ambicioso é atingir 2.000 rinocerontes negros, um número considerado ideal para garantir a sustentabilidade da espécie a longo prazo. A trajetória positiva observada no Quênia demonstra que a colaboração entre autoridades, comunidades locais e organizações internacionais pode gerar resultados transformadores, abrindo caminho para um futuro onde a coexistência harmoniosa entre humanos e vida selvagem seja a norma.