Uma descoberta recente lança luz sobre a extraordinária capacidade das baleias-jubarte, revelando que elas são as únicas baleias de barbatana capazes de realizar as manobras de alta performance necessárias para sua distinta estratégia de alimentação com rede de bolhas. Esta pesquisa sublinha a especialização biomecânica por trás desse comportamento notável.
O estudo, liderado por Cameron Nemeth da Universidade do Havaí em Mānoa, identificou que as grandes barbatanas peitorais das baleias-jubarte são cruciais para suas curvas eficientes. Essas barbatanas podem gerar quase metade da força necessária para essas manobras, tornando a técnica de rede de bolhas energeticamente viável para elas. Outras espécies de baleias, mesmo que fisicamente capazes de manobras semelhantes, precisariam de um gasto energético significativamente maior, tornando a estratégia impraticável. A forma corporal única das jubartes permite que elas cacem com sucesso grupos menores ou dispersos de presas.
Essa capacidade de giro aprimorada é fundamental para a técnica de rede de bolhas, um método de forrageamento complexo onde as baleias liberam bolhas em um anel para encurralar suas presas. Ao combinar dados de drones e etiquetas de ventosa não invasivas, Nemeth e sua equipe quantificaram com precisão o desempenho de giro exigido para essa manobra. "O fato de as barbatanas peitorais das baleias-jubarte aumentarem sua manobrabilidade não foi a parte mais surpreendente do nosso estudo, pois já houve estudos anteriores sobre a morfologia dessas barbatanas", disse Nemeth. "No entanto, foi chocante descobrir que, entre milhares de giros de vários estados comportamentais, nenhuma outra espécie de baleia examinada estava alcançando o desempenho de giro necessário para criar uma rede de bolhas."
Essa descoberta é particularmente relevante para o Havaí, pois as baleias-jubarte migram para as ilhas para um período de jejum. Durante sua estadia nas águas havaianas, elas dependem das reservas de energia acumuladas em seus locais de alimentação em locais como o Alasca. Compreender a eficiência de suas técnicas de forrageamento é vital para avaliar sua saúde geral e necessidades energéticas, o que, por sua vez, impacta sua permanência nas águas havaianas. A pesquisa de Nemeth, que ele liderou como estudante de graduação na UH Mānoa, também estabeleceu um precedente para a inclusão de resumos em língua havaiana em publicações científicas.
A capacidade de realizar curvas tão precisas e eficientes é uma adaptação notável que permite às baleias-jubarte otimizar sua estratégia de caça. Essa especialização biomecânica, impulsionada por suas barbatanas peitorais únicas, permite que elas explorem fontes de alimento de forma eficaz, mesmo quando as presas estão dispersas. A pesquisa de Nemeth não apenas aprofunda nossa compreensão da ecologia comportamental das baleias-jubarte, mas também destaca a importância de suas adaptações físicas para a sobrevivência e sucesso reprodutivo.