O setor de tecnologia da informação (TI) da Índia está passando por uma transformação significativa, impulsionada pela crescente integração da Inteligência Artificial (IA) e pelas recentes imposições de tarifas pelos Estados Unidos. A Tata Consultancy Services (TCS), a maior empresa de serviços de TI da Índia, deu um passo estratégico ao formar uma unidade dedicada à IA e Transformação de Serviços, liderada por Amit Kapur. Essa iniciativa visa consolidar e acelerar o desenvolvimento de soluções impulsionadas por IA, posicionando a TCS na vanguarda da adoção de IA entre as empresas indianas de TI.
Essa movimentação reflete uma tendência mais ampla do setor, onde empresas globais como a Accenture também estão fortalecendo suas capacidades em IA, reconhecendo seu papel crucial no crescimento futuro em meio a um cenário econômico incerto. A indústria de TI indiana, que se espera que cresça entre 5-7% nos próximos cinco anos, com os segmentos de IA e dados expandindo a uma taxa de 12-15%, vê a IA como um motor de novas oportunidades, potencialmente criando entre US$ 300-500 bilhões em novos negócios.
No entanto, o setor de TI indiano também enfrenta desafios significativos. As recentes tarifas impostas pelos EUA, que chegam a 50% sobre várias exportações indianas, representam um obstáculo considerável. Essas tarifas, impostas em resposta às contínuas importações de petróleo russo pela Índia, foram descritas como um "choque estratégico" que ameaça a presença estabelecida da Índia no mercado dos EUA. Estima-se que essas tarifas afetem cerca de 66% das exportações indianas para os EUA, totalizando aproximadamente US$ 86,5 bilhões. Setores intensivos em mão de obra, como têxteis, joias, produtos de couro e alimentos, são os mais expostos, com projeções indicando uma possível redução de 70% nos volumes de exportação nesses setores.
Economistas estimam que essas tarifas possam reduzir o crescimento do PIB em 0,4-0,5% no ano fiscal de 2026. Em resposta a essas tensões comerciais, a Índia está fortalecendo laços com a China e a Rússia e buscando reformas domésticas, incluindo a proibição de jogos online com dinheiro real. Apesar desses desafios, os mercados indianos, incluindo o Nifty 50, permaneceram amplamente estáveis, com a rupia mostrando apenas uma leve queda, sendo negociada a aproximadamente 87,84 em relação ao dólar em 27 de agosto de 2025. A Fitch Ratings manteve a classificação de crédito da Índia em 'BBB-' com uma perspectiva estável, citando o forte crescimento econômico do país e as finanças externas resilientes, embora note que as métricas fiscais são uma fraqueza de crédito. A agência antecipa que as tarifas dos EUA representarão um risco moderado de queda, mas acredita que serão negociadas para um nível inferior.
As exportações farmacêuticas indianas foram isentas das tarifas imediatas dos EUA, dada a importância dos medicamentos genéricos para a saúde acessível nos EUA, onde a Índia fornece cerca de metade de seus medicamentos genéricos.