O mercado de ações dos EUA atingiu avaliações sem precedentes em 27 de agosto de 2025, com a relação entre capitalização de mercado e PIB aproximando-se dos picos da bolha da internet. Esse aumento é impulsionado em grande parte por lucros excepcionais de grandes empresas de tecnologia, que impulsionaram significativamente os preços das ações. O S&P 500 subiu aproximadamente 10% no acumulado do ano, enquanto o Nasdaq Composite avançou cerca de 12%. A Microsoft, Apple e Nvidia agora representam mais de 20% da capitalização de mercado do S&P 500, com a Nvidia sozinha respondendo por 8,1% do índice.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em seu discurso em Jackson Hole em 22 de agosto de 2025, sinalizou uma potencial mudança na política, reconhecendo os riscos econômicos em evolução e sugerindo um possível corte nas taxas de juros. Essa antecipação fortaleceu o sentimento dos investidores, com as apostas de mercado indicando uma probabilidade de 83% para tal evento em setembro. Historicamente, um "pivô" do Fed, onde a política muda de aperto para acomodação, pode favorecer ações de pequena capitalização e tecnologia de alta qualidade. O Russell 2000, por exemplo, está subvalorizado em 17% em relação ao S&P 500 e pode se beneficiar da queda dos custos de empréstimo.
Apesar das preocupações com a valorização, o mercado demonstrou força. Na sexta-feira, 22 de agosto de 2025, o Dow Jones Industrial Average saltou 1,9%, atingindo um recorde de fechamento pela primeira vez desde dezembro anterior. O S&P 500 subiu 1,5%, e o Nasdaq Composite avançou 1,9%. Essa alta foi impulsionada pela expectativa de cortes nas taxas, que historicamente reduzem o custo de capital e tornam os lucros futuros mais valiosos, especialmente para ações de tecnologia. A confiança do mercado é reforçada por um dia de alta de 94% no S&P 500, um evento sem precedentes em um novo recorde de mercado, sugerindo um amplo rali em diversas ações.
No entanto, o cenário futuro exige atenção. A forte concentração em poucas empresas de tecnologia, como Microsoft, Apple e Nvidia, que juntas compõem mais de 20% do S&P 500, cria uma dependência significativa. A análise de métricas de avaliação, como a relação preço/vendas do S&P 500, que está 33% acima de sua média de 10 anos, indica que o mercado está em seu ponto mais caro historicamente, superando os níveis da bolha da internet. Essa situação, embora possa ser sustentada por lucros robustos e liquidez no curto prazo, amplifica os riscos de volatilidade caso as condições econômicas mudem. A forma como os dados de emprego e inflação se desenrolarão nas próximas semanas será crucial para determinar o ritmo e a extensão dos cortes de juros do Fed e, consequentemente, a trajetória futura do mercado.