A Rússia deu passos significativos na regulamentação de ativos digitais, com a aprovação de uma lei abrangente que estabelece a tributação de criptomoedas e a implementação do rublo digital. Essas medidas visam integrar ativos digitais no sistema financeiro, aumentar o controle e gerar receita. A lei, em vigor desde 15 de agosto de 2025, classifica criptomoedas como propriedade para fins fiscais. Indivíduos que venderem criptoativos enfrentarão alíquotas de imposto de renda de 13% a 15%, dependendo do valor, enquanto entidades jurídicas estarão sujeitas a uma taxa de 20%, podendo chegar a 25%. A mineração e a venda de ativos digitais foram isentas de Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Operadores de infraestrutura de mineração devem reportar suas atividades ao Serviço Federal de Impostos (FTS) sob pena de multa de 40.000 rublos.
Paralelamente, a Rússia avança com a implementação de sua moeda digital de banco central (CBDC), o rublo digital. A adoção em massa está prevista para começar em 1º de julho de 2025, com um cronograma escalonado para bancos e varejistas. Os principais bancos sistemicamente importantes deverão oferecer a seus clientes a opção de usar o rublo digital a partir de setembro de 2026, com a obrigatoriedade se estendendo a todos os bancos até setembro de 2028. Varejistas com receita anual superior a 120 milhões de rublos também deverão aceitar pagamentos em rublo digital a partir de setembro de 2026, com prazos escalonados para empresas menores. O Banco Central da Rússia também propôs permitir que indivíduos "altamente qualificados" invistam em criptoativos, em um regime experimental de três anos, para aqueles com investimentos em títulos e depósitos acima de 100 milhões de rublos ou com renda anual superior a 50 milhões de rublos. A Rússia, que se tornou o segundo maior minerador de criptomoedas do mundo, busca capitalizar essa posição, integrando o setor de forma mais estruturada à sua economia.