A gigante sueca de tecnologia financeira Klarna está reaquecendo seus planos para uma oferta pública inicial (IPO) nos Estados Unidos, visando uma avaliação de até US$ 14 bilhões. A empresa pretende levantar aproximadamente US$ 1,27 bilhão com a oferta de 34,3 milhões de ações, com preços entre US$ 35 e US$ 37 por ação. A Klarna planeja listar suas ações na Bolsa de Valores de Nova York sob o símbolo "KLAR", com a operação prevista para as próximas semanas. Goldman Sachs, J.P. Morgan e Morgan Stanley lideram a operação como coordenadores principais.
Fundada em 2005, a Klarna se estabeleceu como uma provedora diversificada de serviços financeiros digitais, atendendo a 111 milhões de consumidores e colaborando com 790.000 comerciantes globalmente. Esta não é a primeira tentativa da empresa de ingressar no mercado de capitais americano; seu IPO original foi adiado em abril de 2025 devido à instabilidade do mercado, exacerbada por incertezas em políticas comerciais e tarifas. Essa volatilidade anterior impactou o setor de fintech como um todo, levando a uma reavaliação de valuations. A trajetória da Klarna reflete essa dinâmica, com sua avaliação privada despencando de um pico de US$ 45,6 bilhões em 2021 para US$ 6,7 bilhões em 2022, antes de buscar agora a marca de US$ 14 bilhões.
A decisão da Klarna de prosseguir com o IPO em 2025 ocorre em um momento em que o mercado de capitais mostra sinais de recuperação para empresas de tecnologia e fintech. Após um período de ceticismo e avaliações infladas, outras empresas do setor, como Chime e Circle, também estão testando o interesse dos investidores. O IPO da Klarna é visto como um momento crucial, um teste para a confiança do mercado em empresas de alto crescimento financeiro e tecnológico. O desempenho da empresa em Wall Street poderá definir o sentimento para o setor de "compre agora, pague depois" (BNPL) e para outras fintechs que buscam o capital aberto.
A Klarna tem demonstrado resiliência e adaptabilidade. No segundo trimestre de 2025, a empresa registrou seu quinto trimestre consecutivo de lucratividade operacional, com uma receita de US$ 823 milhões, um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Embora tenha reportado um prejuízo líquido de US$ 53 milhões no mesmo período, a empresa tem focado em eficiência de custos e na expansão de seus serviços. A estratégia da Klarna tem evoluído para além do BNPL, com um movimento em direção a serviços bancários digitais, incluindo o lançamento de um cartão de débito Visa nos EUA e a expansão de produtos de poupança. Essa diversificação visa fortalecer sua posição em um mercado cada vez mais competitivo e regulamentado.
A jornada da Klarna até o IPO é um testemunho de sua capacidade de navegar por ciclos de mercado e adaptar seu modelo de negócios. A empresa, que já processou trilhões em transações e expandiu parcerias estratégicas com gigantes como JPMorgan, eBay e DoorDash, busca agora capitalizar sobre a renovada confiança dos investidores. O sucesso desta oferta pública pode não apenas impulsionar a Klarna, mas também sinalizar uma nova era de oportunidades para o setor de fintech no cenário global.