A relação entre humanos e cães em Espanha evoluiu de mera companhia para um profundo vínculo familiar, um reflexo de mudanças sociais significativas. Em 2025, o país registou mais de 9,3 milhões de cães, evidenciando a crescente integração destes animais nos lares espanhóis. Esta transformação social tem impulsionado uma procura acentuada por educadores caninos qualificados, cujas funções se expandiram para além da resolução de problemas de comportamento. Atualmente, estes profissionais orientam famílias na compreensão das necessidades dos seus cães, promovendo uma educação responsável e uma coexistência harmoniosa baseada no respeito mútuo.
A crescente consciencialização sobre as necessidades dos cães, facilitada pelo acesso a conteúdos educativos online, leva os tutores a procurar um maior entendimento e laços mais fortes, priorizando a educação em detrimento da mera obediência. Esta abordagem profissionalizada responde a uma procura social crescente, impactando positivamente lares e o funcionamento de abrigos de animais. A internet eliminou barreiras geográficas, permitindo o treino online com especialistas. Os abrigos de animais, em particular, beneficiam desta tendência, com a compreensão da linguagem canina e a atuação com empatia a serem cruciais para o bem-estar animal. A legislação espanhola acompanha esta evolução, com a Lei de Bem-Estar Animal de 2023 a introduzir um curso obrigatório online para novos tutores de cães, desenvolvido pelo Ministério dos Direitos Sociais, e um seguro de responsabilidade civil obrigatório para todos os cães, em vigor desde setembro de 2023. No entanto, o abandono de animais continua a ser um desafio, com os abrigos espanhóis a acolherem mais de 292.000 cães e gatos em 2024, o número mais elevado desde 2020.