Um estudo recente publicado na Scientific Reports sugere que a convivência com cães ou gatos pode auxiliar na preservação de certas funções cognitivas em idosos. A pesquisa, que analisou dados de mais de 7.900 indivíduos com mais de 50 anos ao longo de 18 anos, indicou que ter um animal de estimação está associado a um declínio mais lento em áreas como memória e fluência verbal. Donos de cães, em particular, apresentaram menor perda de memória imediata e tardia, enquanto donos de gatos tenderam a manter uma melhor fluência verbal. Este efeito protetor foi observado mesmo em indivíduos com níveis cognitivos iniciais mais baixos, sugerindo que a interação frequente e emocionalmente significativa com animais de estimação pode apoiar ativamente as funções cerebrais.
A interação com cães e gatos pode oferecer uma estimulação cognitiva sustentada, possivelmente devido às demandas de cuidado que fortalecem circuitos cerebrais importantes. Estudos anteriores já haviam indicado que o contato com animais pode aumentar a ativação no córtex pré-frontal, uma região ligada à atenção, tomada de decisão e regulação emocional. Além disso, donos de cães tendem a aumentar sua atividade física e interação social, o que pode mitigar o isolamento social, um fator conhecido por acelerar o declínio cognitivo. A solidão, por outro lado, pode aumentar o risco de demência em até 40%. Essas descobertas podem ter implicações para políticas públicas que facilitem a posse responsável de animais de estimação por idosos, como acesso a seguros veterinários ou moradias adaptadas.