Um estudo recente revelou que aproximadamente 94% dos gatos presenteiam seus tutores com objetos variados, um comportamento que, embora peculiar, é uma profunda manifestação de instintos felinos e um complexo sistema de comunicação.
A pesquisa indica que cerca de 59% dos gatos realizam essa prática até dez vezes por mês, com uma parcela significativa o fazendo com ainda mais frequência, chegando a cinco vezes por semana. Esse hábito geralmente começa na fase de filhote, quando os gatos exploram o mundo e interagem intensamente com seus cuidadores.
Os "presentes" oferecidos pelos felinos vão além de brinquedos, incluindo gravetos, tampinhas de garrafa, meias e outros itens domésticos. Essa diversidade demonstra como os gatos percebem e interagem com o ambiente, utilizando o que encontram para expressar sentimentos e necessidades.
A ciência por trás desse comportamento remonta a uma herança ancestral. Na natureza, gatas mães levam presas para seus filhotes como parte do processo de aprendizado, ensinando-os a caçar e sobreviver. Ao presentear seus tutores, os gatos podem estar replicando esse comportamento, vendo os humanos como parte de seu grupo social e compartilhando suas conquistas ou tentando transmitir habilidades.
Um estudo publicado em 2021, que acompanhou 35 gatos em 210 lares na Inglaterra, sugeriu que oferecer ração premium com mais proteína reduziu em 36% o número de presas trazidas para casa. Além disso, sessões diárias de brincadeiras com brinquedos como ratos de pelúcia ou varinhas de pena levaram a uma queda de 25% na frequência desses "presentes", indicando que estimular o instinto de caça de forma controlada pode mitigar a necessidade de caçar presas reais.
Este ato de presentear, embora por vezes cause estranhamento, é uma demonstração de afeto e confiança. Para os gatos, é uma forma de fortalecer o vínculo com seus humanos, reconhecendo-os como parte de sua família e buscando uma conexão mais profunda. Compreender essa linguagem felina permite apreciar a complexidade e a riqueza das relações estabelecidas com esses animais, transformando um gesto instintivo em uma ponte de comunicação e carinho.