Um estudo da Universidade McGill desafia a noção de que a mudança linguística é impulsionada principalmente pelas novas gerações.
Utilizando inteligência artificial (IA), pesquisadores analisaram discursos de membros do Congresso dos EUA ao longo de 140 anos. A análise de mais de 7,9 milhões de discursos, de 1873 a 2010, revelou que adultos de todas as idades participam ativamente da adoção e disseminação de novos significados de palavras.
A pesquisa, liderada por Gaurav Kamath, acompanhou a evolução das palavras ao longo do tempo, focando em como novos significados surgiram e se espalharam entre diferentes grupos etários. Um exemplo citado no estudo é a palavra "article", que evoluiu de "parte de um projeto de lei" para "peça jornalística".
Contrariando a crença de que os mais velhos resistem a novas formas de linguagem, o estudo mostrou que oradores mais velhos adotaram novos significados rapidamente, em alguns casos até iniciando essas mudanças.
Publicado no PNAS em 28 de julho de 2025, o estudo intitulado "Mudança Semântica em Adultos Não é Primariamente um Fenômeno Geracional", demonstra que a linguagem é um esforço coletivo, moldado por pessoas de todas as idades. As ferramentas de IA utilizadas foram cruciais para identificar nuances nas mudanças de significado em um grande volume de dados.
O estudo levanta a questão sobre o potencial da IA em prever novas gírias, o que poderia ser útil em áreas como marketing e educação.