Uma colaboração entre pesquisadores da ETH Zurich, da Universidade de Zurique e da NYU resultou no desenvolvimento de uma tecnologia inovadora que utiliza ultrassom holográfico para o tratamento não invasivo de distúrbios neurológicos e psiquiátricos. A pesquisa, publicada em julho de 2025 na Nature Biomedical Engineering, demonstra a capacidade de ativar simultaneamente múltiplas regiões cerebrais, especificamente de três a cinco pontos precisamente definidos no cérebro, com precisão cirúrgica, sem a necessidade de intervenções invasivas.
O sistema é composto por um capacete equipado com 512 emissores de ultrassom que focam ondas sonoras em padrões complexos. Essa abordagem permite a penetração do crânio e a ativação de neurônios específicos, ao mesmo tempo que reduz a intensidade do ultrassom, minimizando o risco de efeitos colaterais. A tecnologia oferece a primeira evidência visual de que padrões de ultrassom podem ativar circuitos cerebrais em animais vivos, marcando um avanço significativo na neuromodulação não invasiva.
Esta inovação tem potencial para transformar o tratamento de condições como a doença de Parkinson, depressão e epilepsia. O financiamento para a pesquisa, proveniente dos National Institutes of Health (NIH) dos EUA, destaca a importância e o potencial desta tecnologia. Os pesquisadores estão focados na aplicação clínica desta descoberta, visando reequilibrar atividades cerebrais desreguladas e oferecer esperança a milhões de pessoas afetadas por condições neurológicas debilitantes.
A capacidade de direcionar a estimulação para múltiplas áreas simultaneamente abre novas possibilidades para o tratamento de doenças complexas que envolvem a interação de diversas regiões cerebrais. A pesquisa em andamento visa a tradução desses achados promissores para aplicações clínicas, com o objetivo de disponibilizar tratamentos mais eficazes e menos invasivos para uma ampla gama de transtornos cerebrais, incluindo a doença de Alzheimer, tremor, epilepsia, depressão, doença de Parkinson e recuperação de AVC, através de testes em vários modelos animais de doenças cerebrais, redefinindo o futuro da neurociência e da medicina.