O Departamento de Estado dos EUA divulgou seu relatório anual sobre direitos humanos para 2025, destacando preocupações significativas em toda a Europa e, em particular, na Romênia, indicando uma deterioração geral dos direitos humanos em várias nações europeias.
Na França, o relatório aponta restrições severas à liberdade de expressão e um aumento de atos antissemitas. Grupos de direitos humanos e o defensor dos direitos da França alertaram para restrições crescentes às liberdades de expressão, reunião e associação. O país também enfrenta críticas pelo uso de procedimentos legislativos acelerados, que limitam o debate democrático, e pela repressão a ativistas ambientais. Jornalistas que investigavam vendas de armas francesas para Israel e questões ambientais foram detidos em junho e julho, levantando preocupações sobre a liberdade de imprensa.
O Reino Unido está sob escrutínio por sua nova Lei de Segurança Online (Online Safety Bill), que gerou críticas da plataforma X de Elon Musk, que argumenta que a lei corre o risco de infringir gravemente a liberdade de expressão. O governo britânico, por sua vez, defende a legislação, afirmando que ela protege a liberdade de expressão e que as preocupações levantadas por X são "demonstrativamente falsas".
O Vice-Presidente JD Vance também gerou controvérsia na Alemanha e em toda a Europa com declarações na Conferência de Segurança de Munique, sugerindo que a liberdade de expressão está em declínio no continente. Vance criticou os líderes europeus por usarem termos como "desinformação" para silenciar pontos de vista alternativos e mencionou exemplos específicos no Reino Unido e em outros lugares como evidência de um recuo na liberdade de expressão.
A situação na Romênia é marcada por corrupção governamental persistente e grave, com relatos credíveis de tratamento ou punição cruel, desumano ou degradante por parte do governo. O relatório indica que não houve mudanças significativas na situação dos direitos humanos na Romênia durante o ano. A União Europeia também expressou preocupações, com um relatório da Civil Liberties Union for Europe agrupando a Romênia com outros quatro países por "minar deliberadamente o Estado de direito em quase todos os aspectos". Isso inclui manipulação política de sistemas judiciais, fraca aplicação de leis anticorrupção e assédio a jornalistas.
A Romênia caiu para a 55ª posição no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa de 2025, com preocupações sobre a falta de transparência no financiamento da mídia e desafios de mercado que minam a confiabilidade da informação. Além disso, o relatório destaca que a supervisão judicial ineficiente e a falta de responsabilização às vezes minaram a independência e a imparcialidade do sistema de justiça romeno. Indivíduos e jornalistas foram negados acesso a informações de interesse público. A persistência da corrupção e a lentidão nas reformas anticorrupção, com apenas duas das 26 recomendações de especialistas europeus implementadas nos últimos dois anos, sublinham a necessidade de medidas adicionais para melhorar a adesão aos direitos humanos na Romênia e em toda a Europa.