A administração Trump intensificou suas políticas de imigração, resultando na revogação de mais de 6.000 vistos de estudante desde o início de 2025. O Departamento de Estado dos EUA confirmou que essas ações foram motivadas por uma série de razões, incluindo violações legais, permanências ilegais no país e supostas ligações com atividades terroristas.
Esta política, parte de um esforço mais amplo para reforçar a segurança e a conformidade com as leis de imigração, tem gerado debates significativos e desafios legais, afetando estudantes de instituições como Harvard, Stanford e a Universidade de Tufts. As razões para a revogação dos vistos são multifacetadas. Aproximadamente 4.000 vistos foram cancelados devido a infrações legais, que abrangeram desde delitos como agressão, direção sob influência de álcool e roubo.
Adicionalmente, entre 200 a 300 estudantes tiveram seus vistos revogados sob a alegação de apoio ao terrorismo, com base em seções da Lei de Imigração e Nacionalidade. O Secretário de Estado, Marco Rubio, tem sido uma figura proeminente na implementação dessas medidas, afirmando que a administração está ativamente revogando vistos de indivíduos que demonstram atitudes hostis aos Estados Unidos ou que se envolvem em ações consideradas contrárias à política externa americana, incluindo a intensificação da verificação de redes sociais.
Um ponto de atenção particular tem sido a participação de estudantes em protestos, especialmente aqueles relacionados à ofensiva israelense na Faixa de Gaza. A administração acusou alguns estudantes de antissemitismo e de apoiar o terrorismo, levando à revogação de vistos para aqueles envolvidos em tais atividades ou na distribuição de material considerado de apoio a grupos terroristas. Essa abordagem tem sido vista por alguns como uma restrição à liberdade de expressão, levantando preocupações entre defensores dos direitos civis sobre a privacidade e os direitos dos estudantes estrangeiros.
As universidades americanas, que dependem fortemente de estudantes internacionais, expressaram preocupação com o impacto dessas políticas. Líderes educacionais alertam para um possível declínio na atratividade dos EUA como destino de estudo, com projeções da NAFSA indicando uma queda de 30-40% nas matrículas internacionais, o que poderia resultar em um impacto econômico de até 7 bilhões de dólares e a perda de mais de 60.000 empregos. A comunidade acadêmica tem argumentado que a falta de clareza e a natureza abrupta dessas revogações criam um ambiente de incerteza e medo.
Em resposta a essas ações, organizações estudantis e grupos de direitos civis anunciaram a intenção de contestar as revogações nos tribunais, argumentando que as medidas podem ter violado o devido processo legal e direitos de primeira emenda. Advogados destacam que muitos estudantes foram alvo de revogações por infrações menores ou sem justificativa clara. A situação reflete um momento de reavaliação das dinâmicas globais na educação e da forma como as nações buscam equilibrar segurança com a abertura para intercâmbio cultural e acadêmico.