Em 4 de agosto de 2025, a Rússia anunciou formalmente sua retirada do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), encerrando um acordo histórico de controle de armas assinado em 1987. Este tratado foi fundamental para a redução de arsenais nucleares, proibindo mísseis de cruzeiro e balísticos lançados do solo com alcances entre 500 e 5.500 quilômetros. A decisão russa segue anos de acusações dos Estados Unidos sobre violações, notadamente o desenvolvimento e implantação do míssil 9M729 (conhecido pela OTAN como SSC-8).
A resposta dos EUA a essas ações foi marcada por uma declaração do Presidente Trump, que condenou a conduta russa e ameaçou impor sanções econômicas caso uma resolução diplomática não fosse alcançada até 8 de agosto de 2025. Paralelamente, o Kremlin indicou que o plano de defesa antimísseis dos EUA, denominado 'Golden Dome', poderia abrir caminho para a retomada de discussões sobre controle de armas entre Rússia e Estados Unidos. A Rússia tem sido acusada de violar o tratado desde 2013, com os Estados Unidos levantando preocupações sobre o desenvolvimento do míssil 9M729. Apesar de mais de 30 engajamentos em todos os níveis do governo russo, a Rússia negou consistentemente as violações. O tratado INF, que eliminou uma classe inteira de armas nucleares, foi um pilar da segurança euro-atlântica por décadas. A retirada dos EUA em 2019, citando o não cumprimento russo, já havia enfraquecido o acordo. A decisão da Rússia de agora abandonar seu próprio moratorium autoimposto sobre o envio de tais mísseis sinaliza uma escalada nas tensões. A Rússia argumenta que as ações ocidentais criam ameaças diretas à sua segurança. O plano 'Golden Dome' dos EUA, um sistema de defesa antimísseis proposto com um investimento inicial de US$ 25 bilhões de um total de US$ 175 bilhões, visa interceptar mísseis de longo alcance e hipersônicos. Embora a Rússia tenha expressado preocupações sobre o potencial impacto do 'Golden Dome' na estabilidade da dissuasão, o Kremlin também sugeriu que a defesa antimísseis dos EUA poderia ser um ponto de partida para novas discussões sobre controle de armas. A situação atual reflete um cenário de crescente instabilidade, com o risco de uma nova corrida armamentista e a erosão dos quadros de controle de armas existentes, deixando o futuro de acordos como o New START incerto.