A Estónia convocou uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas na sequência da violação do seu espaço aéreo por aeronaves militares russas. O incidente ocorreu em 19 de setembro de 2025, quando três caças MiG-31 russos entraram no espaço aéreo estoniano, permanecendo por 12 minutos. As aeronaves não possuíam planos de voo e mantiveram os seus transponders desligados, provocando a mobilização de caças F-35 italianos da NATO, baseados na Estónia, para a sua interceção.
O Ministro das Relações Exteriores da Estónia, Margus Tsahkna, classificou a violação como uma "escalada desestabilizadora" e uma "provocação sem precedentes", sublinhando que esta é a quarta vez que a Rússia viola o espaço aéreo estoniano em 2025. A Estónia invocou o Artigo 4.º do Tratado do Atlântico Norte, um mecanismo que permite aos membros da aliança buscarem consultas quando a sua segurança é ameaçada. A última vez que este artigo foi invocado foi em 2003.
A Rússia negou a violação, alegando que os seus jatos realizaram um voo planeado sobre águas internacionais. No entanto, a Estónia e os seus aliados da NATO apresentaram evidências de radar e identificação visual que confirmam a incursão. A União Europeia, através da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou a ação e pediu novas sanções contra a Rússia. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou descontentamento, afirmando que o incidente "pode ser um grande problema".
Este incidente ocorre num contexto de crescentes tensões na região do Báltico, com violações de espaço aéreo anteriores envolvendo drones russos na Polónia e Roménia. A NATO lançou a missão "Eastern Sentry" para reforçar o seu flanco oriental em resposta a estas ameaças. Líderes europeus, como o Presidente da República Checa, Petr Pavel, apelaram a uma resposta decisiva da NATO, incluindo a possibilidade de derrubar aeronaves russas em caso de necessidade.
A reunião do Conselho de Segurança da ONU visa abordar estas preocupações e procurar caminhos para a desescalada e a manutenção da paz e segurança internacionais.