Japão Reajusta Taxas de Visto e Imposto de Saída com Foco em Sustentabilidade a Partir de 2026

O governo japonês sinalizou uma mudança estratégica na gestão do fluxo de visitantes internacionais, com a implementação de reajustes nas taxas de visto e no imposto de saída, programados para vigorar no ano fiscal de 2026. Esta decisão visa equilibrar o sucesso notável do turismo, que gerou desafios de saturação em pontos turísticos, com a necessidade de assegurar um desenvolvimento sustentável e a preservação do patrimônio nacional. A medida reflete a pressão sentida pela infraestrutura e pelo meio ambiente, especialmente após um ano de recorde em 2024, quando o Japão recebeu 36,87 milhões de turistas, representando um aumento de 47% em relação ao ano anterior.

As taxas de visto, que se mantiveram inalteradas por quase quatro décadas, serão revistas para se alinharem aos padrões internacionais, como os praticados por nações do G7. Atualmente, o visto de entrada única custa cerca de ¥3.000 (aproximadamente US$20), enquanto o de múltiplas entradas é fixado em ¥6.000. Em contraste, o imposto de saída, atualmente em ¥1.000 por pessoa, também será majorado. O governo japonês aponta que essas tarifas estão defasadas, citando que os Estados Unidos cobram cerca de US$185 para um visto de entrada única e o Reino Unido, US$177.

Os recursos arrecadados com estes ajustes fiscais possuem um propósito claro e direcionado. A receita será fundamental para financiar a modernização da infraestrutura aeroportuária, aprimorar os sistemas de segurança e apoiar programas sociais internos, como a isenção de mensalidades no ensino médio. Esta vinculação direta entre a receita do turismo e o investimento social demonstra a visão de que os custos da popularidade devem ser reinvestidos na nação.

A política de gestão de volume busca migrar de um foco puramente quantitativo para um modelo de turismo de maior valor e dispersão geográfica. A intenção implícita é incentivar os visitantes a explorarem regiões menos congestionadas, aliviando o peso sobre centros como Kyoto, o Monte Fuji e Nara, que sentiram o impacto da superlotação. A estratégia estabelece um novo paradigma onde a atração turística se torna um catalisador para o aprimoramento contínuo dos serviços públicos e da infraestrutura nacional.