O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou em 16 de agosto de 2025 a suspensão imediata de todos os vistos de visitante para residentes da Faixa de Gaza. A medida segue uma revisão dos processos de emissão de vistos temporários para fins médicos e humanitários, iniciada após alegações de segurança nacional levantadas pela ativista de direita Laura Loomer nas redes sociais.
Laura Loomer, figura proeminente na direita política, expressou preocupações sobre a entrada de palestinos nos EUA, alegando que indivíduos que se identificavam como refugiados de Gaza haviam chegado ao país. Suas declarações levaram a um escrutínio por parte de membros do Congresso americano, como os deputados Chip Roy e Randy Fine, que questionaram a segurança nacional e a necessidade de maior rigor nos procedimentos de imigração. A ação ocorre em um contexto onde a administração Trump tem implementado verificações mais rigorosas de pedidos de visto desde junho de 2025. A organização humanitária Heal Palestine informou ter facilitado a evacuação de 148 indivíduos de Gaza para os Estados Unidos, incluindo 63 crianças feridas, que estão recebendo tratamento em diversas cidades americanas.
Organizações de direitos civis e humanitários criticaram a suspensão dos vistos. O Conselho de Relações Islâmico-Americanas (CAIR) classificou a medida como "crueldade deliberada", e o Palestine Children's Relief Fund expressou receio de que a suspensão possa impedir o acesso a tratamentos médicos urgentes. Especialistas alertam que a interrupção nos processos de visto pode atrasar cuidados médicos essenciais e complicar a coordenação entre hospitais e ONGs americanas.
A situação em Gaza, que enfrenta uma crise humanitária severa com mais de 61.000 mortes registradas desde outubro de 2023 e alertas da ONU sobre fome iminente, torna a suspensão dos vistos ainda mais crítica. Os EUA emitiram mais de 3.800 vistos de visitante para portadores de documentos de viagem palestinos este ano, incluindo 640 em maio. A duração da revisão e seu impacto final nas vidas daqueles que buscam refúgio e tratamento médico permanecem incertos.