A China está a solidificar a sua posição de vanguarda no setor das energias renováveis, impulsionando avanços tecnológicos significativos em turbinas eólicas de alta altitude e flutuantes offshore. Estes desenvolvimentos representam um salto estratégico na diversificação e fortalecimento do portfólio de energia limpa do país.
No domínio das turbinas eólicas de alta altitude, a Beijing SAWES Energy Technology, em colaboração com a Universidade Tsinghua e o Instituto de Pesquisa de Informação Aeroespacial da Academia Chinesa de Ciências, desenvolveu o protótipo S1500. Este sistema aéreo, projetado para operar a 1.500 metros de altitude, utiliza um aeróstato preenchido com hélio para elevar o equipamento de geração. A intenção é capturar ventos mais fortes e consistentes, que sopram aproximadamente três vezes mais rápido do que ao nível do solo, prometendo uma geração de energia até 27 vezes superior em comparação com sistemas terrestres. O conceito baseia-se na teoria do "ducto difusor ejetor" de Qian Xuesen, de 1957, e o S1500 incorpora 12 microgeradores de fibra de carbono num sistema de dutos que acelera o fluxo de ar, aumentando a eficiência em mais de 20%. A empresa já garantiu contratos que ultrapassam os 70 milhões de dólares, com produção em série em curso em Yueyang. A empresa vislumbra sistemas operando a 10.000 metros, onde os ventos poderiam gerar eletricidade a custos dramaticamente inferiores.
Paralelamente, a China Huaneng Group e a Dongfang Electric Corp. apresentaram um protótipo de turbina eólica flutuante de 17 MW. Esta turbina colossal, com um diâmetro de rotor de 262 metros e uma altura de cubo de 152 metros, foi concebida para resistir a condições marítimas extremas, incluindo ondas superiores a 24 metros e ventos de força de furacão. A sua capacidade de produção anual é estimada em cerca de 68 milhões de kWh, energia suficiente para alimentar aproximadamente 40.000 lares. A tecnologia flutuante permite a instalação em águas profundas, expandindo significativamente o potencial de desenvolvimento eólico offshore para além das limitações das turbinas fixas em águas rasas.
A China tem demonstrado um crescimento notável na capacidade eólica offshore, passando de menos de 5 GW em 2018 para 42,7 GW em 2025, com quase 67 GW de projetos em desenvolvimento. Este avanço tecnológico é um marco crucial que poderá acelerar o desenvolvimento global da energia eólica em águas profundas, com potencial para beneficiar países como o Japão, que possui vastas zonas costeiras profundas mas recursos terrestres limitados para parques eólicos tradicionais. Estes desenvolvimentos sublinham a ambição da China em liderar a infraestrutura de energia renovável de próxima geração e remodelar os mercados energéticos globais. A capacidade de operar em altitudes elevadas e em condições offshore desafiadoras demonstra um compromisso contínuo com a inovação e a sustentabilidade no setor energético.