Na Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Países em Desenvolvimento sem Litoral (LLDC3), realizada em Awaza, Turcomenistão, o Embaixador de Marrocos, Omar Hilale, reiterou o apoio do reino aos países africanos sem litoral, enfatizando o compromisso com projetos de desenvolvimento Sul-Sul e triangulares para acelerar o progresso e a integração regional.
Uma iniciativa significativa, lançada pelo Rei Mohammed VI em dezembro de 2023, propõe conceder aos países do Sahel – Mali, Burkina Faso e Níger – acesso ao Oceano Atlântico. Este projeto visa impulsionar as economias dessas nações, utilizando a infraestrutura marroquina para fomentar o crescimento econômico e a cooperação continental. O apoio a esta iniciativa foi reafirmado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros de Mali, Burkina Faso e Níger em abril de 2025, durante um encontro com o Rei Mohammed VI. Esta colaboração estratégica ocorre num momento em que estes países buscam diversificar parcerias e mitigar os efeitos de sanções econômicas, tendo se retirado da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). A iniciativa marroquina é vista como um caminho vital para a integração dessas nações nas cadeias de valor globais, oferecendo novas perspectivas de crescimento e desenvolvimento.
A Conferência LLDC3, que abordou os desafios únicos enfrentados por países sem litoral, como acesso limitado a portos e infraestrutura de transporte inadequada, adotou o Plano de Ação de Awaza para o período 2024-2034. Este plano visa fortalecer a conectividade, a resiliência climática e a integração econômica, com Marrocos posicionando-se como um parceiro fundamental devido à sua localização estratégica e experiência em infraestrutura. O projeto de acesso atlântico para o Sahel faz parte de uma visão mais ampla de Marrocos para fortalecer sua influência e promover a estabilidade na região do Sahel-Saara, visando também contrabalançar a influência de rivais regionais. A iniciativa, que envolve a expansão de infraestruturas como portos e estradas, tem como objetivo facilitar o comércio, impulsionar o desenvolvimento econômico e social, e criar um ambiente mais propício para a prosperidade compartilhada. A conclusão da construção está prevista para 2028, com 38% já concluídos.