O Comitê Superior de Planejamento de Israel deu aprovação final ao controverso plano de assentamento E1 na Cisjordânia ocupada, um movimento que visa construir aproximadamente 3.400 unidades habitacionais na área estratégica a leste de Jerusalém.
A decisão, anunciada em 20 de agosto de 2025, tem sido amplamente condenada pela comunidade internacional, incluindo o Reino Unido, a União Europeia e os palestinos, que a consideram uma violação do direito internacional e um obstáculo significativo para a solução de dois estados. Críticos argumentam que o plano fragmentaria o território palestino, cortando a ligação entre a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, e inviabilizaria a criação de um Estado palestino contíguo.
O Ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, um defensor do plano, celebrou a aprovação como um "marco histórico" e um passo para a soberania israelense plena na Cisjordânia, afirmando que o plano visa "apagar o Estado palestino da mesa não com slogans, mas com ações". O plano E1, que esteve congelado por décadas devido à oposição internacional, inclui não apenas unidades habitacionais, mas também a criação de uma zona industrial, um quartel-general policial e um aterro sanitário.
O Secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, condenou a decisão, declarando que o plano "dividiria um futuro Estado palestino em dois" e "marcaria uma violação flagrante do direito internacional". O Ministério das Relações Exteriores palestino denunciou a medida como parte da visão de "Grande Israel" do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, alertando que solidificaria a ocupação e eliminaria a viabilidade de um Estado palestino.
A União Europeia reiterou sua posição, considerando o plano E1 uma violação do direito internacional que mina ainda mais as perspectivas de paz. O grupo de direitos israelense Paz Agora alertou que o projeto E1 é "letal para o futuro de Israel e para qualquer chance de alcançar uma solução pacífica de dois estados", prevendo mais anos de derramamento de sangue.
A construção na área E1, que se estende por mais de 12 quilômetros quadrados, tem sido um ponto de discórdia desde os anos 1990. A importância estratégica da área reside em ser um dos últimos elos geográficos entre Ramallah e Belém. O Tribunal Internacional de Justiça declarou em julho de 2024 a ocupação israelense de território palestino ilegal e solicitou a evacuação de todos os assentamentos, intensificando as preocupações globais de que essas ações representam uma estratégia deliberada para consolidar o controle israelense e diminuir a possibilidade de um Estado palestino contíguo.