O Papel de Sucessão de Kim Ju Ae Ganha Força Durante Visita à China

Editado por: Татьяна Гуринович

A recente visita do líder norte-coreano Kim Jong Un à China, acompanhado por sua filha Kim Ju Ae, de aproximadamente 12 anos, intensificou o debate sobre o futuro papel de sucessão da jovem. A expedição a Pequim, que incluiu a participação em um desfile militar em 3 de setembro de 2025, celebrado o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, marcou a primeira aparição pública de Kim Ju Ae fora da Coreia do Norte. Sua presença ao lado do pai, em um evento de grande magnitude diplomática e militar, ao lado de figuras como o presidente chinês Xi Jinping e o líder russo Vladimir Putin, é vista por observadores como um sinal de que ela está sendo preparada para assumir o comando do país.

Especialistas em liderança norte-coreana, como Michael Madden do Stimson Center, já apontam Kim Ju Ae como a "candidata principal para a próxima líder suprema da Coreia do Norte". A inteligência sul-coreana, por meio do Serviço Nacional de Inteligência (NIS), corroborou essa visão, classificando a viagem como um passo crucial para "completar uma narrativa de sucessão centrada em Kim Ju Ae". Embora a jovem tenha mantido um perfil discreto durante a visita, sua presença foi estrategicamente comunicada à população norte-coreana através de imagens e documentários divulgados pela mídia estatal. Essa estratégia, segundo a inteligência sul-coreana, foi suficiente para solidificar a imagem necessária para uma futura líder.

A trajetória de Kim Ju Ae na esfera pública norte-coreana tem sido notável. Sua primeira aparição pública ocorreu em 2022, acompanhando o pai em um teste de míssil balístico intercontinental, e desde então, ela tem sido uma presença constante em eventos militares e de prestígio dentro do país. Essa crescente visibilidade, culminando em sua estreia internacional, ecoa os padrões históricos de sucessão da dinastia Kim, onde herdeiros eram apresentados a aliados importantes, como a China, para formalizar planos de transição.

A visita também serviu para reavivar e fortalecer os laços entre Pyongyang e Pequim, marcando a primeira vez em 66 anos que um líder norte-coreano participou de um desfile militar chinês em Tiananmen. Este gesto sinaliza a intenção da China de reorientar suas relações com a Coreia do Norte e reafirmar sua influência em um contexto de realinhamento geopolítico global. A forma como a Coreia do Norte gerencia a imagem de Kim Ju Ae, referindo-se a ela como a "filha mais amada" e "filha respeitada", demonstra um planejamento cuidadoso para sua ascensão. A inteligência sul-coreana também relatou que foram tomadas precauções rigorosas para minimizar a exposição biométrica de Kim Jong Un e sua filha, evidenciando um controle meticuloso sobre a narrativa e a segurança.

A presença conjunta de Kim Jong Un, Xi Jinping e Vladimir Putin em Pequim, em um momento de crescente coordenação para desafiar a ordem global liderada pelos EUA, realça a importância estratégica da Coreia do Norte. A jornada de Kim Ju Ae à China transcende um mero evento familiar; ela representa a projeção de continuidade e estabilidade para o regime norte-coreano, comunicando ao mundo a preparação para o futuro. Essa dinâmica de liderança em evolução oferece uma visão sobre a resiliência e a adaptação das estruturas de poder, onde a antecipação do amanhã se manifesta nas ações e projeções de hoje.

Fontes

  • Reuters

  • Reuters

  • The Washington Post

  • Axios

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