O governo da Nova Zelândia está a implementar medidas para agilizar a aprovação de novos supermercados, com o objetivo de estimular a concorrência e baixar os preços dos alimentos para os consumidores.
Uma nova legislação, prevista para novembro de 2025, criará uma "via expressa" para o desenvolvimento de supermercados, visando eliminar barreiras regulatórias que historicamente beneficiaram os grandes operadores, como Foodstuffs NZ e Woolworths da Austrália. A Ministra das Finanças, Nicola Willis, destacou que, embora tenha havido discussões sobre a divisão das cadeias dominantes, o foco imediato é otimizar os processos de aprovação e clarificar as regras para investimento estrangeiro. O governo também planeia introduzir medidas para penalizar empresas que usem o seu poder de mercado de forma abusiva para eliminar concorrentes.
Atualmente, os processos de aprovação na Nova Zelândia podem ser longos e dispendiosos, com alguns projetos a demorar até quatro anos e a custar cerca de 1 milhão de dólares. O novo sistema acelerado pretende reduzir este prazo para menos de um ano, centralizando a supervisão numa única autoridade e adaptando o Building Act para permitir o uso de designs pré-aprovados. Estas otimizações deverão diminuir significativamente os custos e a complexidade para novos entrantes no mercado.
A iniciativa foi recebida positivamente por alguns intervenientes da indústria, como a Costco, que abriu a sua primeira loja na Nova Zelândia em Auckland em 2022 e indicou que estas reformas apoiarão os seus planos de expansão. Cinco empresas nacionais também manifestaram interesse em entrar no setor de mercearia. A New Zealand Initiative, um think tank empresarial, tem defendido reformas semelhantes, argumentando que a otimização regulatória é mais eficaz para promover a concorrência do que a divisão forçada de empresas existentes, pois permite que as forças de mercado impulsionem a eficiência e beneficiem os consumidores.
No entanto, alguns grupos ambientais e comunitários expressaram preocupações sobre o potencial impacto das aprovações aceleradas nas proteções ambientais e nos interesses comunitários. O governo comprometeu-se a consultar diversos stakeholders, incluindo as cadeias de supermercados existentes, potenciais novos concorrentes e grupos de consumidores, para garantir uma abordagem equilibrada. Esta medida legislativa insere-se nos esforços mais amplos do governo para combater os elevados preços dos alimentos na Nova Zelândia, que, segundo relatos, são cerca de 3% superiores à média da OCDE.