O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade o encerramento da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) até 31 de dezembro de 2026. Esta decisão, impulsionada por pressões dos Estados Unidos e de aliados europeus, marca o fim de uma missão com mais de quatro décadas, com a expectativa de que as Forças Armadas Libanesas (LAF) assumam integralmente a responsabilidade pela segurança no sul do Líbano.
A resolução, elaborada pela França, formaliza a retirada gradual e segura dos cerca de 10.800 militares e civis da UNIFIL, em consulta com o governo libanês. A missão, iniciada em 1978 para confirmar a retirada israelense e restaurar a paz, teve seu mandato expandido após a guerra de 2006 entre Israel e Hezbollah, desempenhando um papel crucial no monitoramento de cessar-fogo e no apoio às LAF.
A transição visa consolidar a autoridade do Estado libanês em uma região historicamente marcada por conflitos. A decisão ocorre em um contexto de elevadas tensões regionais, com Israel realizando ataques aéreos e o Hezbollah mantendo sua presença militar. Paralelamente, propostas para a criação de uma zona econômica no sul do Líbano, com investimentos da Arábia Saudita e Catar, buscam fomentar a estabilidade através do desarmamento do Hezbollah.
No entanto, o líder do Hezbollah, Naim Qassem, rejeitou os planos de desarmamento, considerando-os uma concessão à pressão israelense e americana. O governo libanês, por sua vez, aprovou os objetivos de um plano americano para o desarmamento, com o exército encarregado de elaborar um plano detalhado até o final de agosto. A capacidade das Forças Armadas Libanesas de assumir a segurança total do sul do Líbano é um ponto de atenção, com autoridades libanesas expressando preocupações sobre a necessidade de apoio internacional e financiamento.
Israel manifestou disposição em reduzir sua presença militar no sul do Líbano em troca de medidas recíprocas de desarmamento por parte do Hezbollah. A retirada de tropas israelenses de posições estratégicas está condicionada à implementação efetiva do desarmamento do Hezbollah. A situação atual levanta questionamentos sobre a capacidade de estabilização da região e o futuro da segurança no sul do Líbano, especialmente diante da resistência do Hezbollah em abdicar de seu arsenal e da complexidade das relações entre os atores regionais.